Negociadores técnicos continuam esbarrando numa série de importantes questões políticas.
Crianças aproveitam para se refrescar em chafarizes, no sudeste da França, onde a temperatura chegou a 32ºC.
A França fez nessa segunda-feira (20) um chamado para que os atores políticos olhem "desde agora" soluções de compromisso ao receber os representantes de 45 países em uma reunião para acelerar as negociações para um acordo climático global em dezembro.
"Durante estes dois dias tentaremos acelerar os avanços rumo a um acordo", disse o chanceler francês, Laurent Fabius, aos ministros e delegações reunidos em Paris que representam todos os grupos regionais.
De acordo com Fabius, "nossos negociadores técnicos continuam esbarrando numa série de importantes questões políticas". Nós, os ministros, devemos procurar desde agora compromissos sobre as principais questões políticas envolvidas, e é nessa base que nossos negociadores vão fazer progressos", argumentou.
O tempo está contado porque faltam apenas dez dias de negociações formais antes da conferência de Paris, que reunirá no final de novembro 195 países sob a égide das Nações Unidas.
Na última rodada de negociações formais em junho passado, em Bonn, os delegados fizeram poucos progressos no texto em negociação, um documento longo e confuso que até agora inclui todas as possíveis opções.
Uma versão abreviada e simplificada será apresentada em 24 de julho pelos dois co-presidentes dos debates, como base para as discussões na próxima reunião, prevista para acontecer de 31 de agosto a 4 de setembro em Bonn.
Pedido do Peru
Para facilitar o progresso em Paris, os ministros de quatro países (Alemanha, Bolívia, Brasil e Singapura) servirão como "facilitadores" em vários grupos de trabalho e a França vai apresentar suas conclusões na terça-feira no final da reunião.
"Chegou a hora de sermos pragmáticos", afirmou o representante peruano, Jorge Voto Bernales, cujo país presidiu em 2014 a edição anterior da conferência do clima. "Cada um de nós tem de enfrentar o que desejaria obter com o risco de que não haja nenhum acordo", alertou.
O novo acordo da ONU deve substituir, com metas mais ambiciosas, o Protocolo de Kyoto de 2001. O objetivo principal é manter um máximo de 2°C de aumento na temperatura média global.
Segundo os cientistas, este é o limite tolerável antes que o mundo sofra mudanças irreversíveis no clima, o que teria um grande impacto sobre as regiões mais vulneráveis.
A temperatura do planeta já aumentou em 0,8°C em comparação com 1880, de acordo com os cientistas, que defendem a necessidade de uma ação urgente.
Cerca de 70% do aquecimento global se deve à combustão de energias fósseis. A nova convenção irá incluir tanto medidas de controle e quanto de adaptação, já que os especialistas acreditam que é tarde demais para reverter completamente o padrão de mudança climática que se acelerou na segunda metade do século 20.
AFP
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