NA CBN
A inflação deve perder fôlego em 2016, de acordo com o relatório Focus. As expectativas apontam 9,15%, em 2015, e 5,4%, no ano que vem. O ambiente recessivo deve provocar essa desaceleração nos preços. Esta semana, a projeção para o IPCA de 2015 subiu (de 9,12% para 9,15%), mas, para o ano que vem, caiu um pouco (de 5,44% para 5,40%), o terceiro recuo seguido.
A maior influência para essa perda de fôlego vem da atividade fraca. O PIB de 2015 deve recuar 1,7% e, no ano que vem, variar 0,33%, de acordo com o Focus. Na última semana, alguns bancos e economistas reduziram seus números de crescimento para algo em torno de -2% neste ano. Uma parte desse movimento aparece no Focus, que saiu de - 1,5% para -1,7% em uma semana. Mas, como nem todos os participantes fizeram a revisão na semana passada, a mediana ainda deve cair mais nos próximos dias.
A inflação deve ser menor em 2016 também por conta das tarifas de energia. Em alguns lugares, a alta está próxima a 80% em 12 meses. As tarifas continuarão altas em 2016, mas o reajuste deve ser menor.
É com este ambiente que o Banco Central se reúne na semana que vem para definir os juros. A expectativa é que o Copom aumente novamente a taxa. Mas alguns especialistas acham que a Selic já subiu demais. A atividade econômica está no chão e deve continuar assim no terceiro trimestre. A maioria, contudo, acredita que o BC deve elevar os juros na quarta-feira e depois interromper o ciclo de altas, que começou em outubro de 2014.
O dilema do BC é difícil. Ele precisa conter a inflação em alta, com a economia em ambiente recessivo. Aumentar os juros vai combater um problema e agravar o outro.
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