sexta-feira, 31 de julho de 2015

Peregrinação recorda Irmã Dorothy Stang

Anapu, PA, 31 jul (RV/SIR) – Uma caminhada de fé para sensibilizar a opinião pública sobre a necessidade de preservar a Floresta Amazônica e recordar Irmã Dorothy Stang, 10 anos após seu assassinato. Este foi o objetivo da “Peregrinação da floresta”, que reuniu de 23 a 26 de julho em Anapu, coração da Amazônia, jovens, agricultores e representantes da sociedade civil.
Irmã Dorothy e o Projeto Esperança
O motivo maior do encontro foi recordar a religiosa da Congregação de Notre Dame, nascida nos Estados Unidos e naturalizada brasileira, assassinada na manhã de 12 de fevereiro de 2005 com seis disparos à queima roupa, em uma localidade próxima à Anapu. Por mais de 20 anos, Irmã Dorothy esteve comprometida com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), acompanhando com afinco e paixão a vida dos trabalhadores do campo, especialmente na região do Pará. A religiosa estava jurada de morte desde 1999 devido à suas constantes denúncias contra a ação violenta dos fazendeiros e grileiros da região. Sua ideia do “Projeto Esperança” envolvia o desenvolvimento sustentável para algumas áreas da floresta amazônica e a defesa dos agricultores sem terra, além da luta contra a exploração dos latifundiários e dos comerciantes de madeira.
Floresta Amazônica, um bem para toda humanidade
“Esta peregrinação – explica o Padre Amaro Lopes Souza, sacerdote da Paróquia de Anapu – quer prestar homenagem a Irmã Dorothy, mas também recordar o quanto é importante preservar a Floresta Amazônica, não somente para os brasileiros, mas também para o bem-estar de toda humanidade”. Tal tutela, continua o sacerdote, não passa somente através “de uma exploração racional das riquezas naturais da floresta, mas também através da redistribuição das terras aos pequenos habitantes dos vilarejos, graças a uma reforma agrária apropriada”.
Exemplo de Irmã Dorothy
A 10ª edição da “Peregrinação da floresta” foi concluída com uma Missa celebrada pelo Bispo da Diocese de Altamira, Dom Erwin Kräutler, amigo pessoal da religiosa. “O mundo inteiro a conhecia – disse Dom Kräutler – não porque era uma religiosa, mas porque doou a sua vida como religiosa. Após dez anos, Irmã Stang está ainda presente entre nós, com as palavras e com os exemplos que nos deixou. E hoje ela vive conosco, como nós”.
Papa Francisco e a Amazônia
Na Encíclica Laudato Sì, o Papa Francisco reitera a importância de se proteger a Floresta Amazônica, por ele definida como “pulmão do planeta rico em diversidade”. “Quando estas florestas são queimadas ou colocadas por terra para dar lugar aos cultivos – escreve o Pontífice – em poucos anos se perdem numerosas espécies ou tais áreas se transformam em áridos desertos. Todavia, não podem ser ignorados os enormes interesses econômicos internacionais que, sob o pretexto de cuidá-la, podem colocar em perigo as soberanias nacionais. De fato, existem ‘propostas de internacionalização da Amazônia, que servem somente aos interesses das multinacionais”.
SIR

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