G1 pedalou trecho de 42 km na Otago Central Rail Trail, na Nova Zelândia.
Passeio passa por pontes, túneis, cânions e fazendas com ovelhas.
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Aproveitar o que a natureza oferece e viver ao ar livre, em sintonia com ela, é algo muito comum entre os neozelandeses. Uma das provas disso é a Otago Central Rail Trail, uma antiga linha de trem já desativada que foi transformada em trilha para bicicletas e atrai milhares de pessoas todos os anos a uma área rural com algumas pequenas cidades e vilarejos. Quem vai até lá, na ilha sul do país, é presenteado com a visão de montanhas nevadas, pastos com ovelhas, cânions e um caminho fácil de ser percorrido até pelos não tão experientes no mundo das bikes.
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A trilha tem 150 km, e vai de Middlemarch a Clyde – para percorrê-la de maneira completa, recomenda-se reservar de três a cinco dias, dependendo do preparo físico e da vontade de aproveitar a região. O trajeto fica aberta o ano inteiro, oferecendo paisagens diferentes e bonitas em qualquer estação.
Pedalar 150 km parece muito para você? A boa notícia é que não é preciso fazer a trilha inteira. É possível percorrer trechos, em passeios que podem durar apenas meio dia. O G1 fez um deles, de 42 km, saindo de Wedderburn e indo até Omakau. Com várias paradas para fotos e algumas para descanso e alimentação, além de uma velocidade muitas vezes mais baixa para apreciar a paisagem, o passeio durou cerca de cinco horas, e foi muito mais fácil do que o esperado.
A pista por onde passam as bicicletas é de terra e cascalho, mas na maior parte o terreno está compactado e é duro, facilitando a passagem. Ela tem largura suficiente para operar em duas vias, o que permite que se pedale lado a lado, caso esteja em grupo.
Como o caminho original foi construído para ser uma ferrovia, a variação de altitude é pequena – vai de cerca de 200 metros acima do nível do mar nas duas pontas a 618 metros entre Wedderburn e Oturehua, no meio dos 150 km, o ponto mais alto da trilha. O ponto com maior variação fica entre Chatto Creek e Omakau, com uma elevação de 2% (ou subida de um metro de altitude a cada 50 metros percorridos).
É possível fazer o caminho em qualquer uma das direções. O acesso a uma das extremidades pode ser feito a partir de Queenstown (mais perto de Clyde) e Dunedin (para Middlemarch). Neste caso, uma das opções é pegar o trem da Taieri Gorge Railway, outra atração bastante recomendada na região.
Frio e adaptação
O passeio do G1 começou pouco depois das 9h30. Depois de passar a noite em uma fazenda que oferece chalés em Weddenburn – onde a distância de centros urbanos permitiu a visão de um céu absolutamente espetacular, sendo possível ver a Via Láctea de maneira muito nítida – fomos recebidos durante a manhã com a visão do rebanho de mil ovelhas do local e montanhas nevadas ao fundo.
O passeio do G1 começou pouco depois das 9h30. Depois de passar a noite em uma fazenda que oferece chalés em Weddenburn – onde a distância de centros urbanos permitiu a visão de um céu absolutamente espetacular, sendo possível ver a Via Láctea de maneira muito nítida – fomos recebidos durante a manhã com a visão do rebanho de mil ovelhas do local e montanhas nevadas ao fundo.
Uma das operadoras que oferecem o serviço de aluguel de bikes e apoio logístico foi até os chalés, e depois de ajustar os bancos, entregar nossas malas e fazer alguns testes na própria fazenda, tivemos que andar apenas 10 metros para entrar de fato na trilha.
Apesar de o terreno ser um pouco irregular, com pedras e alguns buracos dos quais convém desviar, mesmo o ciclista acostumado a pedalar apenas no asfalto se acostuma rapidamente.
Os primeiros 10 km do trajeto foram os mais complicados. O trecho tinha uma subida leve – alguns quilômetros depois de Wedderburn fica o ponto mais alto da trilha. Além disso, o frio da manhã, com temperatura abaixo dos 10ºC combinada a um vento intenso, dificultou a aclimatação. Mas nada que impedisse de seguir em frente e de aproveitar a natureza e a sensação de liberdade que a situação proporcionou.
Ao longo do dia, entretanto, a temperatura variou bastante. Por isso, é recomendado ir preparado para enfrentar as quatro estações do ano em um dia, vestido em camadas, com tecidos que aqueçam bem e um casaco que proteja do vento e seja a prova d’água.
No meio do trajeto, o sol e o calor do corpo já acostumado com o exercício fizeram com que apenas uma camiseta fina fosse necessária. Pouco depois, com o sol encoberto com nuvens, desejei imensamente por muitos quilômetros estar com meus casacos – que erroneamente foram deixados em uma das paradas na van de apoio.
Ovelhas e montanhas nevadas
Em alguns pontos a trilha fica no topo de morros, tendo vales dos dois lados, sem proteção. Nessas horas, convém prestar atenção menos na paisagem e mais no caminho – o que é difícil. Estávamos tão empolgados que em um dos momentos ignoramos uma das paradas previstas e seguimos em frente. Fomos socorridos por nosso guia, que nos parou um pouco mais adiante para avisar que deveríamos voltar.
Em alguns pontos a trilha fica no topo de morros, tendo vales dos dois lados, sem proteção. Nessas horas, convém prestar atenção menos na paisagem e mais no caminho – o que é difícil. Estávamos tão empolgados que em um dos momentos ignoramos uma das paradas previstas e seguimos em frente. Fomos socorridos por nosso guia, que nos parou um pouco mais adiante para avisar que deveríamos voltar.
Em 42 km, passamos por inúmeras fazendas, alguns vilarejos, cânions, pontes e túneis; vimos ovelhas curiosas que viraram o pescoço para seguir nossa passagem; e tivemos durante boa parte do trajeto a companhia de montanhas nevadas no horizonte.
A parte mais bonita é a que segue o cânion Poolburn. As montanhas e vales acompanham o ciclista, que ainda passa por uma ponte, a mais alta da trilha, e dois túneis, um deles com 229 metros de comprimento. Dentro dele, longe das extremidades, é impossível enxergar nada sem o auxílio de luz artificial – e mesmo com lanternas se manter sobre a bike é uma tarefa difícil. Para evitar acidentes, recomenda-se descer empurrar a bicicleta.
Planejamento
Toda a logística do passeio, seja apenas um trecho feito em um dia ou toda a trilha em cinco dias, pode ser organizada por diversas operadoras, que fornecem as bicicletas, equipamentos de segurança, reservam hotéis, fazem a programação do passeio com paradas previstas e carregam as malas dos aventureiros em vans de apoio.
Toda a logística do passeio, seja apenas um trecho feito em um dia ou toda a trilha em cinco dias, pode ser organizada por diversas operadoras, que fornecem as bicicletas, equipamentos de segurança, reservam hotéis, fazem a programação do passeio com paradas previstas e carregam as malas dos aventureiros em vans de apoio.
Uma delas, a Trail Journeys, é administrada por Shayne O’Connor, que além de um apaixonado por bicicletas que sabe muito sobre a região tem histórias ainda mais interessantes para contar – durante cinco anos, foi jogador da seleção neozelandesa de críquete, viajando o mundo para participar de torneios.
Shayne e sua van encontraram nosso grupo em quatro paradas, normalmente em pequenos vilarejos onde foi possível comprar algo para comer – é importante ter dinheiro em mãos - e ter acesso a banheiros.
A empresa tem mais de 400 bicicletas disponíveis para aluguel, e emprega até 30 pessoas durante o período de pico. Dezenas de outras empresas também fornecem o aluguel de bicicletas e outros serviços na região.
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