Em "Que Mal Eu Fiz a Deus?", o diretor arrisca-se explorando a intolerância étnico-racial.
Por Rodrigo Zavala
Não é uma tarefa simples convencer o público sobre a inocência ou ironia de piadas com fundo preconceituoso, seja ele qual for. Em "Que Mal Eu Fiz a Deus?", o diretor e roteirista Philippe de Chauveron arrisca-se nesse campo minado, explorando a intolerância étnico-racial de grupos franceses conservadores, um tema europeu atualíssimo e, mesmo assim, perigoso.
Entre o deboche aos clichês racistas e a banalização das piadas de cunho preconceituoso e as interpretações opostas a que o espectador poderá chegar, a narrativa convencional de melodrama familiar tenta manter a mensagem de tolerância. É bom entender que Chauveron quis denunciar a hipocrisia francesa, usando o humor para isso.
Esse contexto orbita na história de Claude e Marie Verneuil (os excelentes Christian Clavier e Chantal Lauby), casal sexagenário católico conservador e moderadamente preconceituoso. Mantendo certa resignação, presenciam os casamentos de suas filhas, uma após a outra, com noivos de ascendência chinesa, árabe e judaica.
Esperam, no entanto, que a caçula Laure (Elodie Fontan) fique noiva de um suposto "francês verdadeiro", como se este fosse o único casamento realmente tradicional. Mas a moça apaixona-se por Charles (Noom Diawara), um imigrante da Costa do Marfim, um relacionamento que colocará à prova a tolerância, não apenas dos Verneuil, mas, em uma reviravolta, dos pais do noivo, que não aceitam bem a situação.
A naturalidade com que o elenco encara o desafio traz leveza para as agressões, veladas ou não, distribuídas nos almoços de domingo. Os diálogos ofensivos, escritos com colaboração do roteirista Guy Laurent, encontram eco em todos os personagens, explicitando os conflitos reais, fora do cinema.
Independentemente da interpretação que o público brasileiro posso chegar ao fim da sessão, a produção foi um sucesso na França, levando 5 milhões de espectadores aos cinemas. Feito comparável aos sucessos "Intocáveis" (2011) e "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" (2001), muito embora, fora a polêmica, o filme de Philippe de Chauveron não seja nada mais do que convencional.
Clique aqui, assista ao trailer e saiba onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
Não é uma tarefa simples convencer o público sobre a inocência ou ironia de piadas com fundo preconceituoso, seja ele qual for. Em "Que Mal Eu Fiz a Deus?", o diretor e roteirista Philippe de Chauveron arrisca-se nesse campo minado, explorando a intolerância étnico-racial de grupos franceses conservadores, um tema europeu atualíssimo e, mesmo assim, perigoso.
Entre o deboche aos clichês racistas e a banalização das piadas de cunho preconceituoso e as interpretações opostas a que o espectador poderá chegar, a narrativa convencional de melodrama familiar tenta manter a mensagem de tolerância. É bom entender que Chauveron quis denunciar a hipocrisia francesa, usando o humor para isso.
Esse contexto orbita na história de Claude e Marie Verneuil (os excelentes Christian Clavier e Chantal Lauby), casal sexagenário católico conservador e moderadamente preconceituoso. Mantendo certa resignação, presenciam os casamentos de suas filhas, uma após a outra, com noivos de ascendência chinesa, árabe e judaica.
Esperam, no entanto, que a caçula Laure (Elodie Fontan) fique noiva de um suposto "francês verdadeiro", como se este fosse o único casamento realmente tradicional. Mas a moça apaixona-se por Charles (Noom Diawara), um imigrante da Costa do Marfim, um relacionamento que colocará à prova a tolerância, não apenas dos Verneuil, mas, em uma reviravolta, dos pais do noivo, que não aceitam bem a situação.
A naturalidade com que o elenco encara o desafio traz leveza para as agressões, veladas ou não, distribuídas nos almoços de domingo. Os diálogos ofensivos, escritos com colaboração do roteirista Guy Laurent, encontram eco em todos os personagens, explicitando os conflitos reais, fora do cinema.
Independentemente da interpretação que o público brasileiro posso chegar ao fim da sessão, a produção foi um sucesso na França, levando 5 milhões de espectadores aos cinemas. Feito comparável aos sucessos "Intocáveis" (2011) e "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" (2001), muito embora, fora a polêmica, o filme de Philippe de Chauveron não seja nada mais do que convencional.
Clique aqui, assista ao trailer e saiba onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
Reuters
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