O ex-presidente da República Fernando Henrique - Leonardo Soares/4-6-2014 / Agência O Globo |
BRASÍLIA — Em entrevista à revista de economia alemã “Capital”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) baixou o tom nas críticas à presidente Dilma Rousseff. Ele disse que a presidente não está envolvida no escândalo de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava-Jato, embora o PT esteja.
— Eu a considero uma pessoa honrada, e não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também não pelo ódio dentro do meu partido, ódio que se volta agora contra o PT — disse Fernando Henrique, creditando a Lula a responsabilidade por todo o escândalo de corrupção.
Apesar das críticas a Lula, Fernando Henrique ponderou à revista que, para que o ex-presidente seja preso, é preciso que haja algo “muito concreto”, e explicou que isso dividiria o país, já que Lula é um líder popular. Para o tucano, talvez Lula tenha que depor como testemunha, “o que já seria suficientemente desmoralizante”.
— Não se deve quebrar esse símbolo (Lula), mesmo que isso fosse vantajoso para o meu próprio partido. É necessário sempre ter em mente o futuro do país — disse FH, que chegou até a elogiar Lula:
— Ele certamente tem muitos méritos e uma história pessoal emocionante. Um trabalhador humilde que conseguiu ser presidente da sétima maior economia do mundo.
O conteúdo da entrevista foi divulgado ontem pela agência de notícias alemã Deutsche Welle. Fernando Henrique lembrou à revista que João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, foi detido na operação.
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Ontem, em Brasília, líderes do Congresso demonstraram ceticismo em relação aos resultados do encontro de Dilma com governadores, na quinta-feira. Há dúvidas entre os deputados sobre se os governadores de fato vão se mobilizar para ajudar o governo federal a enfrentar a crise econômica e política.
O deputado Rogério Rosso (DF), líder do PSD, partido da base, disse que a Câmara cooperou no que pôde para melhorar o quadro econômico, com a aprovação das MPs do ajuste fiscal e do projeto que diminui as desonerações. Mas, para o deputado, o governo não fez sua parte:
— Fico muito preocupado quando querem colocar culpa nos outros de responsabilidade que não é nossa. Sou da base, mas tenho de ser realista. Não é o Congresso que aumenta a taxa de juros, as tarifas de energia, que foi responsável pela redução da atividade econômica e cortou investimentos das estatais. O desempenho negativo da economia nada tem a ver com o Congresso.
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