domingo, 30 de agosto de 2015

Merkel, Hollande e Putin planejam cúpula

Angela Merkel, François Hollande e Vladimir Putin consideraram útil realizar "nas próximas semanas" uma cúpula dedicada ao conflito na Ucrânia, durante uma conversa telefônica neste sábado, informou a presidência francesa.
A chanceler alemã e os presidentes francês e russo conversaram sobre "a execução das medidas adotadas em Minsk", em fevereiro, de acordo com um comunicado do Palácio do Eliseu.
"Eles reafirmaram seu compromisso com o formato Normandia", ou seja, a presença de Merkel, Hollande, Putin e o presidente ucraniano Petro Poroshenko, nas negociações.
Este último se reuniu com os líderes francês e alemão na segunda-feira em Bruxelas, em um momento de intensificação da violência no leste separatista pró-russo da Ucrânia.
Os três chefes de Estado também expressaram neste sábado seu "firme apoio a um cessar-fogo total a partir de 1º de setembro, coincidindo com a semana de volta às aulas", segundo a presidência francesa.
De acordo com o texto, eles "recordaram que a retirada efetiva de armas pesadas e armas de calibre inferior a 100 mm armas deve ocorrer no menor tempo possível", e expressaram sua esperança de que os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) possam exercer suas funções de forma livre.
Os três líderes também evocaram "a preparação das eleições na Ucrânia, como um passo importante na implementação das medidas de Minsk", segundo as quais eleições locais devem ser organizadas na zona de conflito na Ucrânia antes do final de 2015 em conformidade com a constituição ucraniana e o direito internacional.
De acordo com o Kremlin, o presidente Putin expressou neste sábado "a sua preocupação com o bombardeio contínuo das cidades na região de Donbass por parte do exército ucraniano, e pela concentração das forças armadas ucranianas ao longo da linha de demarcação".
O líder russo também destacou a necessidade de um "diálogo direto entre Kiev e os representantes de Donetsk e Lugansk".
Tragédia de Ilovaisk
Neste contexto, a Ucrânia recorda neste sábado a tragédia de Ilovaïsk, a batalha mais mortal já registrada neste conflito, que matou 366 soldados há um ano, enquanto o exército lamentou duas novas mortes nas últimas 24 horas.
Várias centenas de soldados que participaram nesta batalha, muitos em cadeiras de rodas ou apoiados em muletas, e parentes de soldados mortos se reuniram no centro de Kiev para prestar homenagem às vítimas, observaram jornalistas da AFP.
"Neste dia, há um ano, o nosso comboio era atacado quando saíamos de Ilovaïsk e muitos dos nossos camaradas morreram. Estamos aqui para prestar homenagem a nossos companheiros", disse à AFP Evguen Valter, que lutou no batalhão de voluntários Donbasss.
Habitantes de Kiev depositaram flores ao pé do muro onde os retratos dos soldados caídos foram afixados, perto do mosteiro de Saint-Michel.
Muitos participantes da cerimônia não conseguiram segurar as lágrimas ao ouvir uma popular canção ucraniana de luto.
A tragédia ocorreu em Ilovaïsk, uma cidade no leste, onde o exército ucraniano foi cercadi pelos rebeldes.
Segundo dados oficiais, 366 soldados morreram nesta batalha que durou mais de uma semana e 158 estão desaparecidas.
Este incidente forçou Poroshenko a assinar alguns dias depois uma primeira série de acordos de paz em Minsk, o que foi considerado como humilhante por parte da população na Ucrânia.
AFP

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