sábado, 26 de setembro de 2015

Como identificar os sinais de infecção urinária

A fonte da infecção, geralmente, é de bactérias presentes no trato gastrointestinal.
Infecção do trato urinário é a mais frequente das doenças renais na infância. Além dos problemas respiratórios, trata-se da patologia mais comum nesta faixa etária, muitas vezes relacionada a doenças urológicas. Em recém-nascidos e lactentes jovens atinge mais os meninos. Na fase pré-escolar, dos 4 aos 7 anos, é mais comum em meninas (8% contra 2% no sexo masculino).
A fonte da infecção, geralmente, é de bactérias presentes no trato gastrointestinal que, em indivíduos com maior propensão, pode atingir as vias urinárias. De fácil tratamento, somente apresenta complicação se diagnosticada tardiamente.
Segundo a presidente do Departamento de Nefrologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, dra. Maria Helena Vaisbich, um dos principais fatores relacionados à doença em pré-escolares é o distúrbio de micção, muitas vezes causado por um desfralde precoce e/ou treinamento esfincteriano inadequado. Nos garotos, uma fimose muito pronunciada pode dificultar a eliminação e acarretar o problema. Apesar disso, estas causas isoladamente não determinam sua instalação por se tratar de uma predisposição individual.
O aumento da ingestão de líquido, que mantém o trato urinário em atividade constante, uma dieta rica em fibras, o incentivo à urina de 3 em 3 horas, e a higienização correta nas meninas – limpar a área de frente para trás, são atitudes que podem ajudar a evitar o problema. Lembrando que a higienização inadequada em meninas pode resultar em diagnóstico equivocado de infecção urinária: na verdade, ocorre vulvovaginite e, com a coleta de urina sem assepsia apropriada, pode erroneamente diagnosticar infecção urinária.
"Uma das grandes dificuldades é identificar os sinais no RN, que não reclama e não sabe expressar o que sente. Entretanto, icterícia prolongada, queda do estado geral, vômito, desidratação, mudanças na cor, odor e volume do xixi são aspectos que merecem atenção e avaliação médica imediata", alerta a nefrologista.
Sintomas como febre, dor/dificuldade para urinar e incontinência urinária – especialmente à noite por crianças que já possuem controle da esfíncter (músculos da bexiga e da uretra que, em relaxamento, liberam a passagem da urina), requerem acompanhamento médico. Vale ressaltar, entretanto, que existem casos assintomáticos, o que dificulta um diagnóstico precoce.
Vale ressaltar, entretanto, que existem casos assintomáticos, o que dificulta um diagnóstico precoce e se encaixam, por exemplo, em febre de origem indeterminada. Desta forma, a coleta adequada para o exame de urina simples e para cultura da urina é determinante para a confirmação da doença.
"Com a demora na investigação, a infecção pode cair na circulação sanguínea, especialmente na população mais jovem, e se manifestar sistemicamente, resultando em infecção generalizada ou sepse. Em caso de infecção renal, pode ocorrer uma seqüela no rim em forma de cicatriz devido ao processo inflamatório. Essa é a causa mais comum de insuficiência renal crônica na infância", explica.
Exames clínicos, anamnese e testes simples como urina I e urocultura com antibiograma, que confirma o tipo de bactéria e a eficácia dos diferentes antibióticos em seu combate, podem detectar a doença. Avaliação posterior com exames de imagem pode esclarecer se há uma uropatia ou distúrbio funcional do trato urinário.
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