Agência Ecclesia 01 de Setembro de 2015 (Lusa)
(Lusa)
Iniciativa inédita e de caráter ecuménico surge em contexto de «crise ecológica»
Cidade do Vaticano, 01 set 2015 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje no Vaticano a uma celebração pelo primeiro Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, que o próprio instituiu, com um apelo à união dos cristãos face à “crise ecológica” mundial.
A homilia da cerimónia foi proclamada pelo pregador da casa pontifícia, o padre Raniero Cantalamessa, após ter sido lida uma passagem do livro de Génesis e outra da encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco.
O sacerdote exigiu respeito pela “hierarquia dos seres” consagrada pela Bíblia, que coloca o ser humano em primeiro lugar.
Os participantes pediram depois que Deus “toque o coração de quantos apenas procuram aproveitar-se dos pobres da terra” para seu benefício.
Em português, rezou-se para que todos aprendam “a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer” que estão “profundamente unidos com todas as criaturas no caminho para a luz infinita”.
O Papa instituiu na Igreja Católica este "Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação", que se vai realizar anualmente a 1 de setembro, na mesma data que já era comemorada pela Igreja Ortodoxa.
A criação desta celebração foi comunicada numa carta ao presidente do Conselho Pontifício da Justiça e da Paz e ao presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, respetivamente o cardeal Peter Turkson e o cardeal Kurt Koch.
“Devemos, antes de tudo, procurar no nosso rico património espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, recordando sempre os que creem em Jesus Cristo, Verbo de Deus que se fez homem por nós”, escreveu Francisco.
Para o Papa argentino, um Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação vai oferecer aos fiéis e às comunidades a oportunidade de “renovarem a adesão pessoal à vocação de protetores da criação”.
Esta celebração decorre da publicação, a 18 de junho, da encíclica ‘Laudato si’, na qual Francisco propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.
“As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade”, escreve o Papa, no primeiro documento do género inteiramente dedicado a questões ecológicas.
OC
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