Programação leva ao público onze diferentes filmes em que Stroheim atua e dirige.
A mostra Eric Von Stroheim: O Gênio Maldito apresenta filmes raros e complexos do emblemático cineasta austríaco que foi uma importante figura para o cinema do início do século XX. Com uma programação que leva ao público onze diferentes filmes em que Stroheim atua e dirige, a mostra ressalta sua grande versatilidade enquanto diretor e ator e possibilita uma ampla amostragem da carreira do artista. Além dos filmes dirigidos por Stroheim, serão exibidos longas de importantes diretores como Billy Wilder e Jean Renoir, que contam com autuação do austríaco. Tudo em formato digital.
Com mais de 30 anos de carreira, Stroheim se destacou por seu cinema detalhista, que prezou por uma estética perfeccionista e utilizou a imagem e a montagem como importantes recursos narrativos. Dono de uma personalidade muito forte, o diretor adquiriu fama de "maldito" por ser muito intransigente com suas escolhas dentro do set, tentando ser sempre o mais verossímil possível. Por esse motivo, Stroheim foi demitido inúmeras vezes, inclusive de produções já em andamento. Em alguns casos, pela troca de profissionais, não foi creditado como diretor. Além disso, muitos dos seus filmes sofreram influência direta dos estudos, sendo cortados, e versões originais foram perdidas, como é o caso do longa Ouro e Maldição, cujo primeiro corte possuía cerca de 9 horas de duração.
Abordando temáticas como o adultério, o sadismo e a degeneração em seus filmes, Stroheim busca trabalhar o conflito das relações sociais, explorando características como a sensualidade e a ganância. Demonstrando uma visão muitas vezes cruel e não-complacente sobre o mundo, a personalidade excêntrica do diretor reflete o seu fascínio pelo deterioração da sociedade, como é apresentado em Maridos Cegos e Esposas Ingênuas. "A filmografia de Stroheim traz uma perspectiva muitas vezes crítica, mas que se afasta do moralismo e se aproxima de um fascínio pela condição efêmera do ser humano", aponta Philipe Ratton.
Stroheim conviveu com o nascimento da linguagem cinematográfica através das parcerias com o polêmico cineasta D. W. Griffith. Assim, Stroheim é influenciado por um cinema narrativo, com uma montagem que valoriza o detalhismo presente em cena. "Analisar o cinema de Stroheim é analisar a potencialidade da linguagem do cinema. Indo além da linguagem que está disponível o diretor faz escolhas narrativas muito ousadas para aquele período", comenta o Gerente do Cine Humberto Mauro e curador da mostra, Philipe Ratton.
Stroheim, o ator
Imigrando da Áustria para os Estados Unidos em 1909, Stroheim já em seus primeiros anos na América do Norte conquista trabalhos em Hollywood como figurante, cenógrafo e assistente de direção. Vivenciando a transição entre o Cinema Mudo e a implantação do som como uma nova possibilidade narrativa cinematográfica, Stroheim participou como ator de importantes amostras de ambos os períodos, como Crepúsculo dos Deuses e A Grande Rainha.
Com expressão facial intensa e atributos físicos que lhe permitiam ser facilmente caracterizado como vilão, em diversas oportunidades Stroheim assumiu o papel de soldado alemão, em uma época em que, paralelamente à 1ª Guerra Mundial, Hollywood explorava os filmes de guerra como propaganda para incitar o nacionalismo, como é visto em A Grande Ilusão, de Jean Renoir. Nos filmes mudos que Stroheim atua é possível perceber a construção do personagem caricato moldado em cima do estereotipo do soldado alemão, com ações exageradas que intensificam uma imagem de tirano cruel e inescrupuloso.
Erich Von Stroheim
Nascido em Viena em 1885, Stroheim mudou-se para os Estados Unidos em 1909, onde construiu sua carreira na indústria cinematográfica como um importante ator da era do Cinema Mundo e famoso por interpretar durante o período da Primeira Guerra soldados alemães. Também tornou-se conhecido por seu trabalho autoral enquanto diretor, onde destacou-se por utilizar técnicas modernas que valorizam os detalhes presentes em cena, influenciando grandes nomes do cinema, desde Billy Wilder a Martin Scorsese.
Cine Humberto Maurpo
Localizado no piso inferior do Palácio das Artes, o Cine Humberto Mauro possui 129 lugares e modernos equipamentos de projeção e som. Recebe público fiel, que comparece às suas diversas atividades como festivais, lançamentos de filmes, cursos de cinema, debates e seminários. O espaço conta, ainda, com sessões permanentes de cinema e realiza, a cada ano, grandes mostras sobre cineastas e gêneros relevantes na história do cinema mundial, além de produzir o Festival Internacional de Curtas Metragens de Belo Horizonte - o FESTCURTASBH.
EVENTO
Mostra Erich Von Stroheim: O Gênio Maldito
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 28 de setembro a 8 de outubro
Entrada gratuita
Com mais de 30 anos de carreira, Stroheim se destacou por seu cinema detalhista, que prezou por uma estética perfeccionista e utilizou a imagem e a montagem como importantes recursos narrativos. Dono de uma personalidade muito forte, o diretor adquiriu fama de "maldito" por ser muito intransigente com suas escolhas dentro do set, tentando ser sempre o mais verossímil possível. Por esse motivo, Stroheim foi demitido inúmeras vezes, inclusive de produções já em andamento. Em alguns casos, pela troca de profissionais, não foi creditado como diretor. Além disso, muitos dos seus filmes sofreram influência direta dos estudos, sendo cortados, e versões originais foram perdidas, como é o caso do longa Ouro e Maldição, cujo primeiro corte possuía cerca de 9 horas de duração.
Abordando temáticas como o adultério, o sadismo e a degeneração em seus filmes, Stroheim busca trabalhar o conflito das relações sociais, explorando características como a sensualidade e a ganância. Demonstrando uma visão muitas vezes cruel e não-complacente sobre o mundo, a personalidade excêntrica do diretor reflete o seu fascínio pelo deterioração da sociedade, como é apresentado em Maridos Cegos e Esposas Ingênuas. "A filmografia de Stroheim traz uma perspectiva muitas vezes crítica, mas que se afasta do moralismo e se aproxima de um fascínio pela condição efêmera do ser humano", aponta Philipe Ratton.
Stroheim conviveu com o nascimento da linguagem cinematográfica através das parcerias com o polêmico cineasta D. W. Griffith. Assim, Stroheim é influenciado por um cinema narrativo, com uma montagem que valoriza o detalhismo presente em cena. "Analisar o cinema de Stroheim é analisar a potencialidade da linguagem do cinema. Indo além da linguagem que está disponível o diretor faz escolhas narrativas muito ousadas para aquele período", comenta o Gerente do Cine Humberto Mauro e curador da mostra, Philipe Ratton.
Stroheim, o ator
Imigrando da Áustria para os Estados Unidos em 1909, Stroheim já em seus primeiros anos na América do Norte conquista trabalhos em Hollywood como figurante, cenógrafo e assistente de direção. Vivenciando a transição entre o Cinema Mudo e a implantação do som como uma nova possibilidade narrativa cinematográfica, Stroheim participou como ator de importantes amostras de ambos os períodos, como Crepúsculo dos Deuses e A Grande Rainha.
Com expressão facial intensa e atributos físicos que lhe permitiam ser facilmente caracterizado como vilão, em diversas oportunidades Stroheim assumiu o papel de soldado alemão, em uma época em que, paralelamente à 1ª Guerra Mundial, Hollywood explorava os filmes de guerra como propaganda para incitar o nacionalismo, como é visto em A Grande Ilusão, de Jean Renoir. Nos filmes mudos que Stroheim atua é possível perceber a construção do personagem caricato moldado em cima do estereotipo do soldado alemão, com ações exageradas que intensificam uma imagem de tirano cruel e inescrupuloso.
Erich Von Stroheim
Nascido em Viena em 1885, Stroheim mudou-se para os Estados Unidos em 1909, onde construiu sua carreira na indústria cinematográfica como um importante ator da era do Cinema Mundo e famoso por interpretar durante o período da Primeira Guerra soldados alemães. Também tornou-se conhecido por seu trabalho autoral enquanto diretor, onde destacou-se por utilizar técnicas modernas que valorizam os detalhes presentes em cena, influenciando grandes nomes do cinema, desde Billy Wilder a Martin Scorsese.
Cine Humberto Maurpo
Localizado no piso inferior do Palácio das Artes, o Cine Humberto Mauro possui 129 lugares e modernos equipamentos de projeção e som. Recebe público fiel, que comparece às suas diversas atividades como festivais, lançamentos de filmes, cursos de cinema, debates e seminários. O espaço conta, ainda, com sessões permanentes de cinema e realiza, a cada ano, grandes mostras sobre cineastas e gêneros relevantes na história do cinema mundial, além de produzir o Festival Internacional de Curtas Metragens de Belo Horizonte - o FESTCURTASBH.
EVENTO
Mostra Erich Von Stroheim: O Gênio Maldito
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 28 de setembro a 8 de outubro
Entrada gratuita
Fundação Clóvis Salgado
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