quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Falando sobre a Guiné

Marcus Eduardo de Oliveira

No cenário da economia internacional, a Guiné Equatorial – o país mais rico da África, com um PIBper capita de US$ 20.164 (dados de 2012, pelo critério do PPP – paridade do poder de compra, na sigla em inglês) – ocupa certa posição de destaque e merece algumas ponderações.
É o menor país da África (28.051km²), com uma densidade demográfica de 24 hab./km². A taxa média anual de crescimento populacional é de 2,6%, com população residente em área urbana (40%), sendo 60% na área rural.
A esperança de vida ao nascer chega a 50,8 anos. A porcentagem de domicílios com acesso à água potável chega a 43%, e com acesso à rede sanitária em 51%.
Essa República ocupa singular disposição geográfica, compreendendo cinco ilhas e parte do território no continente africano propriamente dito. A parte continental da Guiné Equatorial limita-se com o Gabão e Camarões.
A Ilha de Bioko, situada a cerca de 300 quilômetros da parte continental, abriga a capital do país, Malabo. Além da capital, destacam-se duas importantes cidades: Bata e Ebebiyin.
Da superfície total do país cerca de metade de sua área é coberta por florestas tropicais. A agricultura de Guiné Equatorial representa 4% da economia. Já os serviços contribuem com 6% do PIB, e o setor industrial representa 90% da economia do país.
O expressivo peso da indústria na economia encontra amparo na alta participação do setor petrolífero. Desde 1995, quando começou a exploração de seus recursos petrolíferos, o setor de hidrocarbonetos é considerado a base da economia da Guiné Equatorial (Dados do Departamento de Promoção de Comércio e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores de Guiné Equatorial).
A economia do país foi uma das que mais cresceram no mundo nos últimos vinte anos. No período entre 1995 e 2010, o PIB per capita de Guiné Equatorial cresceu 18,6% ao ano – mais que o dobro da taxa da China, a estrela internacional do crescimento, que cresceu “apenas” 9,1% ao ano, relata Ha-Joon Chang, economista chinês, autor de Economics: The User´s Guide.
A descoberta de grandes jazidas de petróleo e gás, na década 1990, como não poderia ser diferente, tornou a Guiné Equatorial um dos países com altas taxas de crescimento econômico, transformando o país em receptor de investimentos estrangeiros diretos, fundamentais para proporcionar ganhos de escala à indústria petrolífera.
Por conseguinte, a economia de Guiné Equatorial passou por longo ciclo de crescimento entre 1991 e 2009. Em 2010, a Guiné registrou decréscimo econômico de 0,51%, em função do desaquecimento nas cotações internacionais de sua principal commodity.
Em 2011, a Guiné Equatorial logrou significativa expansão econômica de 7,80%. Em 2012, o índice de crescimento real do PIB equatoguineense foi de 5,67%.
De 2008 a 2012 o intercâmbio comercial entre Brasil e Guiné Equatorial diminuiu 32,1%, de US$ 411,2 milhões para US$ 279,4 milhões.
Em 2012, a corrente de comércio (somatória de exportações e importações) foi 57,4% menor que em 2011.
A Guiné Equatorial foi 7º parceiro do Brasil entre os países da África Subsaariana, (participação de 1,76% no total na região), e o 86º no mundo (participação de 0,06%), no período mencionado.
Para finalizarmos, abaixo apresentamos duas tabelas com dados gerais sobre Guiné Equatorial.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo | prof.marcuseduardo@bol.com.br

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