domingo, 13 de setembro de 2015

Filme tenta relançar franquia com novo ator

Papel de Jason Statham agora é de Ed Skrein, sem muita graça ou carisma.
Por Alysson Oliveira
“Carga Explosiva – O Legado” é a tentativa de relançamento de uma franquia de ação que, a princípio, nunca justificou sua existência – que dirá sua reinvenção.
A ideia toda parece tão sem propósito que nem seu astro Jason Statham (que nem é conhecido por escolher filmes com qualidade artística) declinou o convite de protagonizar a produção. O papel agora cabe a Ed Skrein, sujeito sem muita graça ou carisma (algo que seu antecessor, ao menos, tinha). Assim, as piadas soam ainda mais forçadas.
Com roteiro creditado a Luc Besson, entre outros, o filme desafia qualquer lógica – que, no fundo, é o preceito da série, algo que já os outros longas fizeram com um pouquinho mais de sagacidade. Frank Martin (cuja mudança de rosto nunca é mencionada) vive na Europa, onde transporta mercadorias perigosas, valiosas etc. O que e de onde para onde ele transporta pouco importa, afinal isso é só uma desculpa para perseguições, explosões, pancadas e tiroteios.
Aqui, a trama envolve uma rede de prostituição e um grupo de garotas que tenta se vingar do cafetão (Radivoje Bukvic) que as explorou. A líder delas, Anna (Loan Chabanol), contrata Frank para um serviço – e, claro, eles seguem as regras, mas não por algum tempo. Por exemplo, não devem saber os respectivos nomes, e todo aquele blá-blá-blá de filme de espião.
Mas logo não só Frank descobre o nome da moça, como também o plano dela, e se recusa a ajudar. Entretanto, as garotas sequestram seu pai, Frank Sr. (Ray Stevenson), um ex-espião que acaba de se aposentar e passou a vida fingindo trabalhar para uma empresa de água mineral.
Camille Delamarre (“13º Distrito”) dirige “Carga Explosiva – O Legado” como é de praxe no gênero, com zooms, câmeras lentas e aceleradas, algo que, nos dia de hoje, parece ser a regra para filmes de ação, substituindo assim a construção das cenas com adrenalina por efeitos baratos que, com o tempo, se tornam risíveis e irritantes.
O plano mirabolante das ex-prostitutas inclui forjar a morte de uma delas – assim, se tudo der errado, ao menos uma consegue se safar – e roubar não apenas o seu ex-cafetão, como também todos os seus sócios. Elas conseguem, é claro, do contrário, não haveria filme. E, uma vez que Frank Sr. está sob domínio delas, Frank Jr. é obrigado a ajudar.
Esse grupo de moças, aliás, é bem peculiar. Cada uma vinda de um canto do mundo – mas basicamente do Leste Europeu e da América Latina –, elas são quatro e usam o lema de “Os Três Mosqueteiros”. O livro, por sua vez, é leitura de cabeceira de todas. Cada uma tem sua cópia para usar num momento de desespero, por assim dizer.
Há momentos bem sacados – como uma cena numa boate – e um personagem que não é constrangedor, Frank Sr. – mais por conta de seu intérprete, que parece ser a única pessoa que não está levando o filme a sério. No fundo, “Carga Explosiva – O Legado” é aquele tipo de filme do qual se ri até o momento em que até essa pouca graça ele perde, tornando-se apenas irritante.
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Reuters

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