segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Jimmy Morales desponta como líder do 1º turno de eleição na Guatemala

Ator evangélico aguarda adversário para a disputa do segundo turno.
Eleições ocorreram após escândalo de corrupção que derrubou governo.

Do G1, em São Paulo

Jimmy Morales durante sua votação na eleição deste domingo (6) na Guatemala (Foto: Marvin Recinos/AFP)Jimmy Morales durante sua votação na eleição deste domingo (6) na Guatemala (Foto: Marvin Recinos/AFP)
Com mais de 60% das mesas apuradas, o ator evangélico Jimmy Morales, candidato presidencial da Frente Convergência Nacional (FCN), desponta como líder na apuração das eleições realizadas neste domingo (6) na Guatemala.
Com 71,21% das mesas contabilizadas, Morales, de 46 anos, soma mais vantagem em sua corrida para conseguir a presidência e já 26,57% do apoio eleitoral.
Formado em administração de empresas, embora seja mais conhecido por seu trabalho como comediante em televisão, era a grande surpresa esperada das 14 candidaturas presidenciais.
O segundo colocado é disputado voto a voto entre o magnate e advogado Manuel Baldizón (45 anos), 17,99% dos votos, e a ex-primeira-dama Sandra Torres (59), com 17,13%.
Nenhum dos três ficou perto dos 50% dos votos, marca necessária para vencer no primeiro turno. Os dois candidatos mais votados disputarão o segundo turno em 25 de outubro.
Segundo confirmou à Agência Efe o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) acredita-se que a participação nas eleições será histórica e rondará os 78%.
Para os analistas, a votação de Morales é uma resposta à necessidade de procurar alguém fora do sistema, em um momento de repúdio à corrupção da classe política tradicional.
"Jimmy (Morales) foi o único candidato que você pode chamar de externo ao sistema e que vendeu uma mensagem de 'nem corrupto nem ladrão', e as pessoas precisam disto", afirmou o analista político Sandino Asturias, do Centro de Estudos da Guatemala.
Morales corroborou a análise ao discursar depois do anúncio do resultado.
"Somos parte da população cansada, que não quer mais do mesmo".
Escândalo
O pleito ocorreu após denúncias de corrupção levarem o ex-presidente Otto Pérez Molina a renunciar ao cargo. A vice-presidente, Roxana Baldetti, foi presa. No sábado, centenas de guatemaltecos protestaram fazendo um velório simbólico da democracia, que consideram morta.
O futuro presidente, que deverá assumir em 14 de janeiro, terá a difícil tarefa de devolver a esperança à Guatemala, afetada pela pobreza em que vivem 54% de seus 15,8 milhões de habitantes e uma violência gerada pelo narcotráfico e por quadrilhas que contribuem com uma taxa de 39 homicídios por cada 100.000 habitantes.
"Quem for eleito deve saber que será fiscalizado por toda a população guatemalteca e, claro, pelo Ministério Público, que investigará quem for preciso, não importa se é o presidente, o vice-presidente ou qualquer outra autoridade", disse a procuradora-geral Thelma Aldana.
Aldana fez parte da investigação que revelou um esquema de corrupção que provocou a renúncia de Pérez e da vice-presidente Roxana Baldetti.
Mais de 7,5 milhões de guatemaltecos estavam registrados para votar e eleger o novo presidente, o vice, 338 prefeitos, 158 deputados e 20 deputados do Parlamento Centro-Americano
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