Ator evangélico aguarda adversário para a disputa do segundo turno.
Eleições ocorreram após escândalo de corrupção que derrubou governo.
Com mais de 60% das mesas apuradas, o ator evangélico Jimmy Morales, candidato presidencial da Frente Convergência Nacional (FCN), desponta como líder na apuração das eleições realizadas neste domingo (6) na Guatemala.
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Com 71,21% das mesas contabilizadas, Morales, de 46 anos, soma mais vantagem em sua corrida para conseguir a presidência e já 26,57% do apoio eleitoral.
Formado em administração de empresas, embora seja mais conhecido por seu trabalho como comediante em televisão, era a grande surpresa esperada das 14 candidaturas presidenciais.
O segundo colocado é disputado voto a voto entre o magnate e advogado Manuel Baldizón (45 anos), 17,99% dos votos, e a ex-primeira-dama Sandra Torres (59), com 17,13%.
Nenhum dos três ficou perto dos 50% dos votos, marca necessária para vencer no primeiro turno. Os dois candidatos mais votados disputarão o segundo turno em 25 de outubro.
Segundo confirmou à Agência Efe o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) acredita-se que a participação nas eleições será histórica e rondará os 78%.
Para os analistas, a votação de Morales é uma resposta à necessidade de procurar alguém fora do sistema, em um momento de repúdio à corrupção da classe política tradicional.
"Jimmy (Morales) foi o único candidato que você pode chamar de externo ao sistema e que vendeu uma mensagem de 'nem corrupto nem ladrão', e as pessoas precisam disto", afirmou o analista político Sandino Asturias, do Centro de Estudos da Guatemala.
Morales corroborou a análise ao discursar depois do anúncio do resultado.
"Somos parte da população cansada, que não quer mais do mesmo".
Escândalo
O pleito ocorreu após denúncias de corrupção levarem o ex-presidente Otto Pérez Molina a renunciar ao cargo. A vice-presidente, Roxana Baldetti, foi presa. No sábado, centenas de guatemaltecos protestaram fazendo um velório simbólico da democracia, que consideram morta.
O pleito ocorreu após denúncias de corrupção levarem o ex-presidente Otto Pérez Molina a renunciar ao cargo. A vice-presidente, Roxana Baldetti, foi presa. No sábado, centenas de guatemaltecos protestaram fazendo um velório simbólico da democracia, que consideram morta.
O futuro presidente, que deverá assumir em 14 de janeiro, terá a difícil tarefa de devolver a esperança à Guatemala, afetada pela pobreza em que vivem 54% de seus 15,8 milhões de habitantes e uma violência gerada pelo narcotráfico e por quadrilhas que contribuem com uma taxa de 39 homicídios por cada 100.000 habitantes.
"Quem for eleito deve saber que será fiscalizado por toda a população guatemalteca e, claro, pelo Ministério Público, que investigará quem for preciso, não importa se é o presidente, o vice-presidente ou qualquer outra autoridade", disse a procuradora-geral Thelma Aldana.
Aldana fez parte da investigação que revelou um esquema de corrupção que provocou a renúncia de Pérez e da vice-presidente Roxana Baldetti.
Mais de 7,5 milhões de guatemaltecos estavam registrados para votar e eleger o novo presidente, o vice, 338 prefeitos, 158 deputados e 20 deputados do Parlamento Centro-Americano
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