sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Líderes do Pacífico discordam sobre alterações climáticas

Austrália e Nova Zelândia não se comprometeram a reduzir ainda mais suas emissões.

Meta é limitar o aquecimento a 1,5 graus ante a era industrial.
Um encontro de países do sul do Pacífico fracassou em chegar a um entendimento sobre o combate às mudanças climáticas - foi o que informou nesta quinta-feira o presidente de Kiribati, Anote Tong, depois que Austrália e Nova Zelândia, potências regionais, se recusaram a selar um compromisso.
A coletiva de imprensa de encerramento do evento foi atrasada em mais de duas horas em virtude de um desacordo entre os líderes presentes da reunião, e um comunicado conjunto ainda não foi divulgado. "Não é o resultado que esperávamos alcançar", disse Tong ao final do Fórum das Ilhas do Pacífico (FIP).
O grupo de 16 nações consiste principalmente em pequenas nações insulares, a maioria muito suscetível ao aumento do nível do mar. Os países queriam mandar uma mensagem clara para as negociações sobre o clima de Paris, marcadas para novembro: limitar o aquecimento climático a 1,5 graus Celsius com relação à era pré-industrial.
A meta da ONU fala em limitar este aumento a dois graus, e Austrália e Nova Zelândia não se comprometeram a reduzir ainda mais suas emissões. "Acredito que devamos respeitar isso. Se aceitamos ou não, é uma questão diferente", afirmou Tong.
Muitas das nações insulares estão apenas dois metros acima do nível do mar, motivo que pesou na decisão dos líderes regionais. Os países encararam problemas sérios na "linha de frente" do aquecimento global e estavam numa posição muito diferente de Austrália e Nova Zelândia, segundo Tong.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, garantiu que a Austrália irá a Paris com "alvos muito ambiciosos" e disse acreditar que conseguirá diminuir as emissões.
John Key, da Nova Zelândia, disse que seu país e a Austrália apoiam o limite de dois graus e compreendem a angústia dos países mais vulneráveis. "Buscaremos resultados ainda mais ousados" em Paris, afirmou Key.
AFP

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