Agência Ecclesia 18 de Setembro de 2015, às 13:18 D. Claudio Celli e o Papa Francisco (Lusa)
D. Claudio Celli e o Papa Francisco (Lusa)
Responsável da Santa Sé sublinha impacto das novas tecnologias nas relações familiares
Cidade do Vaticano, 18 set 2015 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS), organismo da Santa Sé, considera que a Igreja Católica tem de assumir o desafio de estar junto das famílias na sua ação educativa neste setor.
“Na Pastoral Familiar, há que ajudar os pais a assumir a tarefa de ajudar os filhos a estar presentes responsavelmente na internet”, disse D. Claudio Maria Celli, em declarações à Agência ECCLESIA.
Para o prelado, que acompanha a atividades dos media em todo o mundo, a Igreja é desafiada a estimular uma maior consciência dessa responsabilidade e contextualiza que os pais quando chegam a casa estão cansados e “têm mil coisas para fazer” não tendo muito tempo para “dedicar” aos filhos, “especialmente quando eles navegam na internet”.
“Não podemos ser ingénuos: temos de saber que para lá das riquezas, das possibilidades, há também aspetos negativos”, observa o presidente do CPCS, alertando que o problema de fundo “não é tecnológico” mas humano.
“Deveríamos procurar sempre que aquilo que os filhos vivem seja algo enriquecedor na sua humanidade, no seu crescimento. Hoje em dia, sem dúvida, as novas tecnologias permitem dimensões de conhecimento, relacionais, muito enriquecedoras”, desenvolveu D. Claudio Maria Celli.
O arcebispo italiano assinala que os novos meios de comunicação “enriquecem” com novas possibilidades que permitem “acrescentar vínculos de comunhão”, por exemplos com os avós que aprenderam a utilizar a internet para “falar com os netos”.
O responsável adverte também para a outra face da moeda que são as crianças que passam entre duas a cinco horas online em atividades lúdicas que “não lhe interessar com os outros, com os pais, com os irmãos”.
Por isso, o arcebispo pede “muita sabedoria”, que os pais se sintam “mais responsáveis” pela educação dos filhos e recorda a educação que recebeu dos pais: “‘Isto sim, isto não’. E quando era não, eu ia para a cama.”
Neste contexto, considera que a Igreja, na sua dimensão comunicativa, tem a tarefa de “dizer a verdade sobre o homem”.
“Há momentos em que é preciso defender o homem, nas suas dimensões mais ricas, mais profundas, mais verdadeiras, porque às vezes a sociedade de hoje é mais levada a destruir o homem”, acrescentou.
O presidente do CPCS recordou também que o Papa Francisco, no primeiro encontro com os jornalistas, disse que deviam ser sempre “fiéis” à “verdade”, à “bondade” e à “beleza” e reconheceu que há uma atenção “profunda” aos ensinamentos do Papa”.
“A família não é apenas um tema do qual se fala. Gostaria que as famílias pudessem falar de si próprias nos media”, revelou, assinalando que não existem apenas dificuldades para serem noticiadas mas “também há grandes testemunhos de amor, de entrega, de generosidades”.
“Nos meios de comunicação e nas redes sociais as famílias poderiam falar delas e surgiriam coisas muito mais bonitas do que imaginamos. Conhecemos o ditado ‘faz mais barulho uma árvore que cai do que uma floresta que cresce’. E é verdade”, comentou D. Claudio Maria Celli.
O arcebispo italiano é um dos membros do Sínodo dos Bispos sobre a família (4 a 25 de outubro), uma oportunidade para “ouvir os pastores da Igreja”, com reflexões sobre os “anseios, dificuldades, esperanças, lutas” que as famílias enfrentam no mundo de hoje.
“Pessoalmente, gostei muito do outro Sínodo [2014] e penso que este também vai ser muito proveitoso, enriquecedor”, concluiu.
PR/OC/CB
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