Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou nesta terça-feira (8/9), uma mensagem ao Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, assinada pelo Substituto da Secretaria de Estado, Arcebispo Angelo Becciu, por ocasião da reinauguração da obra “Guerra e Paz”, de Cândido Portinari. A obra-prima do artista brasileiro voltou a ser exposta ontem na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, após quatro anos de restauração.
Ao ser informado sobre as iniciativas promovidas pelo Projeto Portinari, ligado à Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro, o Pontífice pede que a reinauguração “se converta numa ocasião propícia para todos os que a contemplam de renovar a responsabilidade de buscar meios para prevenir toda a ameaça de conflito armado por meio da promoção de uma maior justiça social, liberdade e solidariedade”.
Este chamado – prossegue o texto –, dirige-se a um mundo “dilacerado pelas guerras e pela violência, ou ferido por um individualismo generalizado que divide os seres humanos e põe-nos uns contra os outros, visando o próprio bem-estar”.
Ao final da mensagem, o Papa concede uma “propiciadora bênção” ao Professor João Cândido Portinari – único filho do artista –, e a todos que colaboram na promoção da cultura e da paz.
Presente brasileiro às Nações Unidas
Os quadros “Guerra e Paz” foram doados pelo Brasil à ONU em 6 de setembro de 1957. O Conselho de Arte das Nações Unidas, no entanto, havia já aprovado os esboços no final de 1952, afirmando tratar-se de uma obra “extremamente estimulante em cores, design e composição” e indicando que a obra final “embelezaria ainda mais a sede das Nações Unidas”.
O primeiro quadro, “Guerra”, foi completado em agosto e 1955 e o segundo no início de 1956. Ambos foram pintados em óleo sobre madeira de cedro e medem, aproximadamente, 14 x 10 metros.
Em entrevista à Rádio ONU, o Professor João Cândido Portinari comentou a simbologia da obra atualmente.
"Tem duas coisas que chamam muito à atenção quando você olha os murais 'Guerra e Paz'. A primeira coisa é que Portinari não fez armas, não tem metralhadora, não tem tanque, não tem uniforme, não tem soldado. É uma obra que não é datada. Ele representou a guerra através do sofrimento das populações civis, a mãe que perde o filho é o personagem mais forte do painel da guerra, que você vê oito vezes, aliás, a representação clássica da Pietá".
(RB)
(from Vatican Radio)
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