Nova York, 28 set (Rádio Vaticano) - O discurso do Papa Francisco na Onu, esta sexta, tem tido grande repercussão nos meios de comunicação do mundo inteiro. No amplo discurso, fortes exortações do Santo Padre, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.
No pronunciamento do Pontífice, os problemas, as dificuldades do mundo, os conflitos que provocam sofrimentos a tantos homens, mulheres e crianças, as injustiças, o desrespeito aos direitos inalienáveis de toda pessoa, como o direito à casa, ao alimento e ao trabalho.
Predomina, no discurso, o tema da paz, sobre o qual o Papa ofereceu uma palavra corajosa e crível que foi ouvida com grande respeito. No encontro no Ground Zero, afirma o porta-voz vaticano, o compromisso comum em favor da paz por parte de todos os que creem em Deus teve sua expressão absolutamente clara, profunda e eficaz. Eis o que disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé:
Pe. Federico Lombardi: “É isso mesmo. O Papa disse muitas coisas importantes nesse grandíssimo discurso. Entre outros, esse discurso abria uma Assembleia Geral e, portanto, diferentemente dos encontros dos papas precedentes com a Assembleia das Nações Unidas, esse foi um discurso que teve uma audiência mais ampla e mais importante. O Papa falou com muita eficácia sobre a necessidade de um empenho concreto, a jamais ficar somente ao nível das palavras, mas a buscar alcançar a realidade. Fez evocações muito fortes. Por exemplo, sobre os organismos financeiros internacionais, que devem ajudar ao desenvolvimento dos países mais pobres e não submetê-los – disse – de um modo asfixiante a sistemas credores, que os mantêm numa situação de exclusão, de pobreza e de dependência cada vez maiores. O Papa falou com muita clareza também sobre o compromisso necessário em prol da tutela do ambiente, falou com muita clareza sobre o desarmamento nuclear, inclusive referindo-se de modo positivo ao recente acordo com o Irã. E esse foi um ponto evidentemente árduo, bem sabendo que se trata de um acordo que nem todos apreciaram. Falou também sobre a importância da natureza, referindo-se, inclusive, à natureza da pessoa humana, que compreende a distinção natural entre homem e mulher, por exemplo, e o absoluto respeito à vida em todas as suas etapas e dimensões. Aproveitou a ocasião para apresentar também posições da Igreja sobre pontos bastante candentes. Mencionou também o tema dos refugiados, das minorias que são objeto de violência, em particular, as minorias cristãs no Oriente Médio, e, além disso, todas as questões concernentes à pobreza, à justiça social, ao direito de todos a ter um teto, um trabalho e um ambiente salutar no qual viver, fazendo votos, evidentemente, de um progresso da paz mediante as negociações, o diálogo entre os diferentes povos. O tema da paz, certamente, é um tema preponderante nesta viagem, e não poderia ser diferente. Nisso, o Papa trouxe uma palavra corajosa e crível, que foi ouvida verdadeiramente com grande respeito.”
RV: Ao citar as várias situações de conflitos no mundo, as guerras, pareceu querer apresentar aos representantes das nações propriamente os homens, mulheres e crianças singularmente considerados, que sofrem no mundo, por causa, talvez, de lentidão na política, na gestão dessas dificuldades…
Pe. Federico Lombardi: “É verdade, no estilo, na abordagem que o Papa faz em seus discursos, vemos essa sua insistência sobre os rostos concretos das pessoas: os anciãos, as crianças, os jovens, os desempregados. O Papa insiste continuamente a não deter-se ao nível das discussões ideológicas ou a considerar as pessoas como números nas estatísticas, mas a pensar que são pessoas concretas – nossos irmãos, nossas irmãs – e, portanto, deste modo a estimular a responsabilidade dos governantes a recordar a concretude das pessoas, que esperam deles o compromisso a encontrar respostas tangíveis para suas vidas. Nesse sentido, foi muito bonito também o encontro do Papa com os funcionários das Nações Unidas, com milhares de pessoas que trabalham todos os dias para tornar possíveis a vida e a atividade desta organização.”
RV: Outro momento importante da sexta-feira – a visita ao Ground Zero – foi o do encontro entre as diferenças…
Pe. Federico Lombardi: “Sim, o Papa encontrou vinte familiares de pessoas que perderam a vida neste terrível atentado, inclusive, pessoas que nas operações de socorro tiveram suas vidas ceifadas, e isso deu um sentido de positividade, de amor que, no final, se torna mais forte do que o ódio, se torna esperança de vida. E isso foi feito de modo muito significativo com um encontro inter-religioso. Estavam presentes representantes das outras religiões com meditações sobre os valores fundamentais e sobre a paz. Foi, portanto, um empenho em favor da paz, que reuniu todos aqueles que creem em Deus, que também nesta viagem tem o seu espaço e uma expressão absolutamente clara e, diria, também muito profunda e eficaz.”
SIR
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