Cidade do Vaticano, 15 out (sirnoticias@hotmail.com) - O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, destacou na coletiva desta quarta-feira (14/10), que a recente carta endereçada ao Papa Francisco por um grupo de cardeais não causou nenhum impacto nos trabalhos do Sínodo sobre a Família.
O mesmo parecer foi expresso pelo Arcebispo de Westminster, Cardeal Vincent Nichols, Presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Galles, que disse que a missiva não teve nenhuma ênfase no andamento dos trabalhos do Sínodo.
Pe. Lombardi esclareceu aos jornalistas a propósito do perdão pedido pelo Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira. O porta-voz vaticano disse que Francisco fez referência a Roma, mas “não ao prefeito especificamente”, porque se trata de uma questão “de caráter político e não eclesial”.
“O Papa se deu conta de que existem pessoas que vêm às audiências e às vezes ficam chocadas ou ofendidas com as notícias que se leem. Nesse sentido, como há uma responsabilidade da Igreja ou de homens da Igreja, o Papa pede perdão pelos exemplos negativos ou coisas que incomodam.”
Na coletiva, foi feito um confronto entre os sínodos precedentes e o que está em andamento. O Cardeal Nichols ficou surpreso com a correlação entre os Círculos Menores e as sessões plenárias, caracterizada por uma maior criatividade e energia.
O Arcebispo de Westminster observou que no documento final do Sínodo Extraordinário foram inseridas as contribuições que chegaram das consultas realizadas entre a assembleia do ano passado e a atual: “Esta combinação levou muitos grupos hoje a dizer que o Instrumento de Trabalho, nesta segunda parte, precisa de uma reestruturação, de um impulso, de um tema teológico mais forte para guiar todos nós.”
Na coletiva de imprensa também tomaram a palavra o Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Cardeal Rúben Salazar Gómez, e o Arcebispo de Uagadugu, Burkina Faso, Cardeal Philippe Ouédraogo.
O Presidente do CELAM recordou que nos dois Sínodos que ele participou, depois da apresentação do Instrumento de Trabalho, nos Círculos Menores se trabalhavam as propostas sobre o documento a ser apresentado ao Santo Padre: “Neste momento não sabemos se o documento sobre o qual estamos trabalhando será publicado diretamente ou se servirá ao pontífice para uma nova Exortação apostólica”. “O compromisso é olhar para o futuro para responder a todas as dúvidas e esperanças de hoje. Está sendo feito um esforço enorme para ouvir as vozes das famílias e pessoas, em particular daquelas que vivem momentos difíceis e que precisam de uma ajuda particular”, disse ainda o Arcebispo de Bogotá.
Segundo o cardeal colombiano, o que guia os trabalhos sinodais é “a beleza da Doutrina da Igreja Católica sobre o matrimônio e família, onde há uma fonte permanente para qualquer resposta”. Ele confirmou que entre as propostas feitas está a ideia de Assembleias continentais que precedem os sínodos.
O Arcebispo de Uagadugu, Cardeal Philippe Ouédraogo, confirmou aos jornalistas que em alguns Círculos Menores foi notada uma característica ocidental do debate. Ele sublinhou que cada situação específica, desde a questão dos divorciados recasados à questão da poligamia, é vista segundo a situação cultural do território.
O purpurado convidou a “voltar a João XXIII”, sobre o que disse acerca da atualização e compreensão do Evangelho. “Podemos entendê-lo cada vez mais se partilhamos as nossas opiniões”, disse ele. Depois, o Cardeal Ouédraogo sublinhou que os países da África, como por exemplo Burquina Faso, são terras de primeira evangelização e que no Sínodo busquem entender melhor o “projeto de Deus para o homem, a mulher, o matrimônio e a família”: “Não vimos para nos casar com os valores ou os não valores culturais dos outros, mas para juntos contemplar Cristo, e no Evangelho, procurar entender quais são os desafios que o mundo atual apresenta hoje para a Criação e a família”.
SIR
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