Gonzaga Mota*
Cecília Meireles(1901/1964), a grande poeta brasileira, nasceu no bairro da Tijuca na cidade do Rio de Janeiro. Seus estudos básicos foram realizados sob os cuidados de dona Jacinta sua avó materna e tutora. Diplomou-se na Escola Normal em 1917, passando a exercer, ainda muito jovem, o magistério. Estudou história, línguas, filosofia e manifestações orientais, dentre outros ramos do conhecimento. Seu primeiro livro de versos, “Espectros”, foi publicado em 1919, quando ainda contava 18 anos de idade, recebendo muitos elogios por parte da crítica. A partir de então, passou a escrever de forma intensa e ganhou prêmios, condecorações e ficou famosa internacionalmente. A poesia lírica de Cecília é uma das mais perfeitas e bonitas da literatura conteporânea; traduzida para vários idiomas e musicada por compositores famosos. Escreveu também em prosa, abordando temas diversos. Sua obra é considerada, pelos críticos, intemporal, pois vivendo sob a influência do modernismo, mostra aspectos do simbolismo e criações literárias do classicismo, do romantismo, do parnasianismo, do realismo e também do surrealismo. Em “Romanceiro da Inconfidência”, acreditamos ser sua criação mais bela, vejamos alguns trechos: “Liberdade, essa palavra que sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. “Tudo me fala e entendo: escuto as rosas e os girassóis desses jardins, que um dia foram terras e areias dolorosas”. Em seus textos, sempre revelou preocupação com os problemas sociais. Podemos resumir sua simplicidade e melancolia nesses quatros versos da poesia “Atitude”: “Minha esperança perdeu seu nome.. ./ Fechei meu sonho, para chamá-la./ A tristeza transfigurou-me/ Como o luar que entra numa sala”. Quanta beleza!
Professor, economista e ex-governador
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