sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Comportamento - Totó

Gonzaga Mota*
Entendemos por ética a parte da filosofia que trata de disciplinar e orientar o comportamento humano, ou seja, é a ciência da moral. Esta, por sua vez, representa os bons costumes e a boa conduta, de acordo com os preceitos socialmente fixados pela sociedade. Já a governabilidade pode ser entendida pela qualidade intrínseca do governante, significando a importância da tranquilidade política e socioeconômica para que um governo possa desempenhar suas atividades básicas em favor do povo. A governabilidade só alcança sucesso na medida em que se apoia em princípios éticos. Dessa forma, ética e governabilidade devem caminhar juntas, buscando uma sociedade democrática, soberana, de economia forte e socialmente justa, onde a liberdade e a igualdade de oportunidades façam parte do processo. A politica pode ser mutável ou dinâmica, ao longo do tempo, já a ética é permanente. Aliás, vale lembrar Bacon: “Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade”. “O fim justifica os meios”, conforme Maquiavel, não é uma atitude estratégica, mas uma conduta incorreta que não proporciona uma situação de justiça, nem se baseia na essência da democracia, possibilitando a ambição pelo poder, a corrupção, a adoção de métodos fisiológicos, o “marketing” tendencioso, etc. Nos dias atuais existem muitos Estados ditos democráticos; elegem seus governantes, todavia, não apresentam uma sincera e clara harmonia entre os aspectos éticos e de governabilidade. Lamentavelmente, alguns governantes não sabem, ou não desejam, por outras razões, entender os dois conceitos.
*Professor, escritor e ex-governador do Ceará

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