terça-feira, 13 de outubro de 2015

Mudar para não virar peça de museu

Padre Geovane Saraiva*
No Cântico das Criaturas, vemos um Francisco de Assis amando e respeitando a criatura humana e, ao mesmo tempo, protegendo animais e plantas, chamando-os, com a maior ternura, de irmãos e irmãs. A chuva, o vento, o fogo e tudo mais, para ele, deveriam ser carinhosamente tratados e respeitados como irmãos. Fica fácil de compreender o porquê da figura humana mais importante e atraente do milênio passado conhecida em todo o planeta. E é precisamente a partir dele que a fé passou a ser vivida dentro de uma nova visão, fazendo a diferença naquele que foi ao extremo, desceu e foi às raízes.

Foto enviada ao Pe. Geovane Saraiva
 pelo Santo Padre
Como é indispensável ao nosso mundo atual o conteúdo da Carta Encíclica Laudato Sí’, do nosso querido Papa Francisco, iniciada com o referido canto: “Louvado sejas, meu Senhor, cantava São Francisco de Assis. Nesse gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta, governa e produz variados frutos, com flores coloridas e verduras”. Assaz o Sucessor de Pedro tem como objetivo perseguir, indignado, a vida no seu sentido mais amplo antevendo, com sua esperança e palavra profética, a restauração da casa comum, ao mesmo tempo em que denunciou a fome como um enorme escândalo (05/10/2015): "Devemos lembrar-nos diariamente desta injustiça: num mundo rico em recursos alimentares, também graças aos enormes progressos tecnológicos, são demasiados aqueles que não têm o necessário para sobreviver".

Que a mística de Francisco de Assis, pelo desejo do Romano Pontífice, seja de uma Igreja mais “acolhedora e acessível”, na qual se “tenha a coragem de mudar, se não quiser virar uma peça de museu”, sem se distanciar, evidentemente, do Evangelho, indo ao encontro das famílias, empobrecidos e no diálogo com as realidades com as quais somos chamados a conviver.  Na mensagem (04/10/2015), precedendo a oração do Angelus na Praça de São Pedro da Janela do Palácio Apostólico, o Santo Padre se expressou sobre o Sínodo assim: “Durante três semanas, os padres sinodais refletirão sobre a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade, para um atento discernimento espiritual e pastoral. Manteremos o olhar fixo em Jesus para identificar as estradas mais oportunas para um empenho adequado da Igreja com as famílias e para as famílias”.

A mensagem enviada à Igreja da Irlanda, por ocasião do Dia da Vida, na mesma data acima referida, o Santo Padre recordou os ensinamentos de São Francisco de Assis, associado à festa do terno irmão universal, em uma demonstração de comovedora ternura, que toda a vida é um dom de Deus. O Papa Francisco disse com veemência que proteger a vida é proteger a sociedade, “exortando a imitar Deus e proteger, tutelar e defender toda vida humana, em especial a dos mais fracos e vulneráveis: idosos, nascituros, pobres e marginalizados”. O Sumo Pontífice deixou claro, ao presidir o Sínodo dos bispos sobre a Família no dia seguinte (05/10/2015), que a Igreja “não é um congresso ou uma convenção, um parlamento ou um senado” onde se negocia decisões.

Que a nossa prece suba aos céus pelo mundo e pela Igreja, espalhada por toda a extensão da terra, quando suas atenções se voltam para o Sínodo dos bispos, de 4 a 25 de outubro de 2015, inspirados no Santo de Assis, que, atendendo ao chamado de Deus, abraçou com indizível amor o mistério da cruz, pelas heroicas virtudes, coragem e de fé inabalável. Aceitou tudo por amor, canalizando, dentro da virtude da humildade, com a clara consciência que, de todas as graças concedidas pelo Espírito Santo de Deus, a mais preciosa é a renúncia. Com o mesmo espírito, guardemos no mais íntimo do íntimo o que o Bispo de Roma asseverou: “O Sínodo é uma expressão eclesial, isto é, a Igreja que caminha em conjunto para ler a realidade com os olhos da fé e o coração de Deus”. Assim seja!

A mensagem enviada à Igreja da Irlanda, por ocasião do Dia da Vida, na mesma data acima referida, o Santo Padre recordou os ensinamentos de São Francisco de Assis, associado à festa do terno irmão universal, em uma demonstração de comovedora ternura, que toda a vida é um dom de Deus. O Papa Francisco disse com veemência que proteger a vida é proteger a sociedade, “exortando a imitar Deus e proteger, tutelar e defender toda vida humana, em especial a dos mais fracos e vulneráveis: idosos, nascituros, pobres e marginalizados”. O Sumo Pontífice deixou claro, ao presidir o Sínodo dos bispos sobre a Família no dia seguinte (05/10/2015), que a Igreja “não é um congresso ou uma convenção, um parlamento ou um senado” onde se negocia decisões.

Que a nossa prece suba aos céus pelo mundo e pela Igreja, espalhada por toda a extensão da terra, quando suas atenções se voltam para o Sínodo dos bispos, de 4 a 25 de outubro de 2015, inspirados no Santo de Assis, que, atendendo ao chamado de Deus, abraçou com indizível amor o mistério da cruz, pelas heroicas virtudes, coragem e de fé inabalável. Aceitou tudo por amor, canalizando, dentro da virtude da humildade, com a clara consciência que, de todas as graças concedidas pelo Espírito Santo de Deus, a mais preciosa é a renúncia. Com o mesmo espírito, guardemos no mais íntimo do íntimo o que o Bispo de Roma asseverou: “O Sínodo é uma expressão eclesial, isto é, a Igreja que caminha em conjunto para ler a realidade com os olhos da fé e o coração de Deus”. Assim seja!

*Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com

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