sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Vem aí: novas missões espaciais

por Cássio Barbosa

E então? O que você achou da descoberta de água corrente em Marte? Fantástico, não? E o melhor ainda está por vir. Essa descoberta deve disparar um interesse mais intenso para enviar outras missões de estudo do planeta vermelho, com o intuito de saber melhor sobre esse isso, principalmente sobre a origem da água. Quem sabe isso venha apressar também as missões de colonização de Marte.

Falando em novas missões, nessa última quarta feira (30) a NASA divulgou uma lista de missões pré-selecionadas para futuro desenvolvimento. Funciona mais ou menos assim: a NASA lança uma chamada para grupos de cientistas, universidades ou institutos de pesquisa enviarem propostas de financiamento para uma missão espacial, como foi com a New Horizons, com o jipe Curiositye tantas outras. Uma análise inicial da viabilidade, impacto científico e dos custos evolvidos reduziu os candidatos, 27 no total, a uma lista com 5 projetos. Cada um desses 5 projetos vai receber um montante de 3 milhões de dólares para que o conceito da missão seja desenvolvido em maiores detalhes. Isso inclui os custos de projeto dos instrumentos, as maquetes, alguns testes de viabilidade, enfim, tudo que possa ser útil para embasar o projeto final. Depois de receber os projetos detalhados, a NASA deve escolher apenas dois para voarem já em 2020 e para cada um deles está reservado meio bilhão de dólares, sem contar os custos de lançamento e operacionalização da missão (centro de controle, recebimento, tratamento e arquivamento dos dados, etc.).
A lista com as missões pré-selecionadas ficou assim:
- Investigação de Gases Nobres, Química e Imagens da Atmosfera Profunda de Vênus (DAVINCI, em inglês). Essa missão vai investigar a composição química da atmosfera de Vênus, durante um mergulho de 63 minutos. O objetivo é responder questões consideradas prioritárias no entendimento do planeta, tais como se ainda existem vulcões ativos na superfície de Vênus e como sua superfície interage com a sua atmosfera tóxica.
-Missão de Emissividade, Ciência Rádio, InSAR, Topografia e Espectroscopia de Vênus (VERITAS, em inglês). A VERITAS se propõe a produzir um mapa de alta resolução da topografia de Vênus, bem como produzir o primeiro mapa global da deformação e da composição química da superfície de Vênus.
-Psyche. A missão tem como objetivo o estudo da origem do núcleo metálico de planetas através do estudo do asteroide metálico Psyche, Esse asteroide parece ser o sobrevivente de uma colisão violenta com outro objeto que teria arrancado seu manto rochoso externo.
-Câmera de Objetos Próximos da Terra (NEOCAM, em inglês). Esse é um projeto de “defesa” planetária e visa identificar dez vezes mais daqueles objetos que passam muito perto da Terra, chamados de NEOs, e que podem representar algum perigo para nós.
-Lucy. Essa missão faria o primeiro reconhecimento dos asteroides Troianos de Júpiter. Esses asteroides “dividem” a órbita de Júpiter, formando um grupo que se posiciona à frente dele e outro que se posiciona atrás. Os Troianos podem ajudar a decifrar a história de formação do Sistema Solar.
Chama a atenção que dois dos cinco finalistas visam o estudo de Vênus, esquecido pela NASA já há algum tempinho. Por isso mesmo, a DAVINCI é minha preferida e gostei também da Psyche, um projeto bem diferente do que a NASA costuma aprovar. Como a DAVINCI e a VERITAS têm o mesmo alvo, pode ser que a agência americana junte as duas e acabe fazendo um bem bolado com 500 milhões de dólares e pelo apelo sentimental, o projeto NEOCAM pode ser escolhido para fechar a lista. Mas essa é minha opinião pessoal, e a sua?
Alguém falou em New Horizons?
Aqui vai uma imagem espetacular de Caronte, obtida quando a sonda estava prestes a fazer sua máxima aproximação. Ela é fantástica pela riqueza de detalhes de sua superfície, cheia de cicatrizes de um passado violento.
Logo um pouco acima do equador de Caronte, um gigantesco cinturão de fraturas e cânions atravessa quase toda sua superfície se estendendo por mais de mil km. Esse cânion é quatro vezes mais longo e, em alguns pontos, duas vezes mais profundo que o Gran Canyon nos EUA. Sua aparência surpreendente até nos induz a pensar queos hemisférios da lua de Plutão tenham sidos separados em duas partes por uma força descomunal e depois colados de volta de algum jeito. Se foi isso mesmo, a questão é: como isso aconteceu? Também chama a atenção a mancha escura e misteriosa bem no polo norte de Caronte, conhecida como Mordor Macula.
Apesar dessa imagem mostrar detalhes de 3 km de tamanho e ser assim tão chocante, ela nem é a melhor obtida durante o sobrevoo. No próximo ano devem chegar outras mais detalhadas ainda!

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