Agência Ecclesia 24 de Novembro de 2015, às 16:08
Diz D. Pedro Zilli, bispo de Bafatá, na Guiné-Bissau, que acompanha a realidade africana há mais de 30 anos
Lisboa, 24 nov 2015 (Ecclesia) – O bispo de Bafatá, na Guiné-Bissau, considera que a visita do Papa Francisco ao continente africano vai dar alento a um povo marcado pela pobreza mas com “muita garra para ir em frente”.
“O Papa é muito querido e em África também, e acho que ele vai trazer uma mensagem de profunda esperança para o nosso continente. Ele recorda-nos o amor que devemos ter pelos pobres e aqui, infelizmente, há muitos”, frisa D. Pedro Zilli, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A viagem do Papa Francisco a África começa esta quarta-feira e até dia 30 de novembro estão previstas visitas a três países: Quénia, Uganda e República Centro Africana.
D. Pedro Zilli chegou à Guiné-Bissau em 1985, e destaca uma juventude que não se quer deixar ficar sem luta.
“Vejo iniciativas boas por parte da juventude, o problema é encontrar modos para concretizar tudo isso, mas os jovens são generosos, esperam muito mais”, realça D. Pedro Zilli.
A Diocese de Bafatá divide a sua ação pastoral sobretudo por três grandes áreas: a evangelização, a educação e a saúde.
Segundo o bispo brasileiro, há muita falta de infraestruturas e isso ficou ainda mais evidente nos últimos meses, com o surgimento de novos surtos de malária e de paludismo.
“O povo guineense tem sofrido muito e as pessoas, sem muitas defesas, são presas fáceis dessas doenças”, aponta o responsável católico.
Para contornar as dificuldades do país em responder aos desafios que têm surgido, o contributo externo, de organizações não-governamentais ou mesmo de benfeitores tem sido fundamental.
“Há muitos amigos, benfeitores sobretudo de Itália, que ajudam as paróquias, de Portugal e do Brasil também, pessoas que ajudam na construção de escolas, de bolsas de estudo para os alunos, e depois há muitas ONG que nos apoiam”, reconhece D. Pedro Zilli.
A Fundação Fé e Cooperação, ligada à Conferência Episcopal Portuguesa, é um dos exemplos dessa cooperação para o desenvolvimento que acontece a nível internacional.
O objetivo é capacitar agentes locais, em áreas como a educação - professores, responsáveis de escolas, entre outros – para que o país possa “ser levado para a frente por ele mesmo”.
“Temos de ter capacidade de resposta, os projetos são coisas muito boas mas depois é preciso aplicá-los bem e a quem são dirigidos”, sustenta o bispo de Bafatá.
Depois há também o trabalho de evangelização, que D. Pedro Zilli classifica como “o maior dom que se pode oferecer às pessoas”.
Olhando para a realidade guineense, o prelado admite que há ainda um longo caminho a percorrer, sobretudo “no interior” do país, onde “o ambiente é mesmo de primeiro anúncio”.
PR/JCP
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