Dom
Helder Câmara foi ordenado sacerdote aos 22 anos, repleto de fé e esperança no
coração, em Fortaleza-CE (15/08/1931), convertido a uma indizível tarefa de
construir o Reino, utopia fascinante, bela e maravilhosa aos olhos de Deus (cf.
52, 7). Na ação apostólica, o designamos como alguém talhado para as coisas
mais elevadas, com obstinação e força inabaláveis. Transferido, em 1936, do
Ceará para o Rio de Janeiro, adotou como desafio antecipar soluções pastorais
em prol dos que viviam na pobreza e na indigência, ao asseverar: “Nos rostos
dos pobres, gastos pela fome, esmagados pelas humilhações, descobri teu rosto,
Cristo Ressuscitado!”.
Caracterizamos o contexto de um
Dom Helder inspirado e inspirador, no sentido de contribuir para que o mundo
fosse marcado por uma ordem social mais justa e por um humanismo segundo a
vontade de Deus. Em 1955, nasce a Cruzada
São Sebastião, com o objetivo de urbanizar as favelas da cidade do Rio de
Janeiro, iniciativa de Dom Helder Câmara, que em um longo prazo, com a
construção de conjuntos habitacionais, as favelas desapareceriam; que em um
curto prazo buscava ações pontuais, levando melhorias às comunidades.
Dom Helder, já naquela época, bem
antes do Vaticano II, preocupava-se em superar a pobreza. Acreditava na
importância da militância dos pequenos grupos como protagonistas de um novo
destino, de uma nova história; ele acreditava também no vigor dos leigos, força
transformadora da realidade excludente e desigual. Quatro anos mais tarde, em
1959, nasce mais uma bela iniciativa de Dom Helder, como belo testemunho de sua
sólida fé e convicção, o Banco da
Providência, um banco para os pobres que não têm acesso aos bancos do
sistema financeiro; inovando um novo padrão para a filantropia. Para estruturar
o referido banco, em 1961, criou a Feira
da Providência, que passou a ser principal fonte de arrecadação de recursos
para a aquela próspera e abençoada
instituição. Deus seja louvado pelo Artesão da Paz e Servo de Deus, Dom Helder
Câmara!
*Pároco de Santo Afonso, escritor e integra a Academia
Metropolitana de Letras de Fortaleza
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