sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Sua esposa morreu nos atentados em Paris e ele desafiou o Estado Islâmico com seu testemunho

Foto à direita: HeleneMuyal-Leiris. Foto: Twitter

PARIS, 18 Nov. 15 / 11:25 am (ACI).- “Vocês não terão o meu ódio”. Assim começa a poderosa mensagem que Antonine Leiris dirigiu aos terroristas do Estado Islâmico (ISIS), que assassinaram a sua esposa nos atentados de Paris na última sexta-feira. 

Leiris escreveu no seu perfil do Facebook uma mensagem em honra a sua esposa Helene Muyal-Leiris depois de reconhecer seu corpo. Helene tinha 35 anos de idade.

Em sua publicação, a qual foi compartilhada mais de 110 mil vezes, também promete que não permitirá que seu pequeno filho, de apenas 17 meses de idade, cresça com temor nem ódio do ISIS. Os atentados de Paris causaram aproximadamente 129 mortes.

Esta é a tradução do post original:

“Vocês não terão o meu ódio

Na noite de sexta-feira, vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são e não quero saber, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.

Por isso, eu não vos darei o prêmio de vos odiar. Vocês o procuraram, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que vos fez ser quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus concidadãos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Seguimos da mesma maneira.

Eu a vi nesta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar a cada dia e que vamos nos reencontrar no país das almas livres ao qual nunca terão acesso.

Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo para vos dar, eu quero juntar-me a Melvil que acorda da sua sesta. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias e, durante toda a sua vida, este rapaz vai fazer-vos a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário