terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Acordo climático deve ser implementado já

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, pediu que os governos não percam tempo.
Chamando o acordo climático de Paris "de uma apólice de seguro de saúde para o planeta", o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira que os governos não percam tempo na realização dos seus compromissos para combater o aquecimento global.
"Agora, as ações devem começar a partir de hoje", disse Ban após retornar de Paris, onde o acordo histórico foi alcançado no sábado, concluindo duas semanas de intensas negociações.
Uma cerimônia formal de assinatura ocorrerá nas Nações Unidas no Dia da Terra: 22 de abril.
Ban, então, irá convocar uma cúpula de ação em 5 e 6 de maio para manter a pressão sobre os 195 governos que se comprometeram no âmbito do acordo histórico a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
"O acordo de Paris é uma vitória para as pessoas, para o bem comum e para o multilateralismo", disse Ban.
O acordo manda um sinal claro de que a economia global está migrando para um crescimento baixo em emissões e contém fortes medidas de responsabilidade e transparência, disse.
O chefe da ONU descreveu o acordo como "ambicioso", definindo uma meta de conter o aumento da temperatura global a menos de 2 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais através de uma série de medidas nacionais.
O acordo entrará em vigor em 2020, uma vez que pelo menos 55 países responsáveis por 55 por cento dos gases de efeito estufa globais ratificaram o acordo.
Sob o acordo, haverá cinco anos de revisões para fazer um balanço da execução, e a primeira dessas avaliações está prevista para 2018.
O secretário-geral lembrou que alcançar o acordo era uma prioridade do seu mandato, quando ele assumiu o cargo de chefe da Organização das Nações Unidas em 2007.
Ban levantou o assunto das negociações climáticas em quase todas as reuniões que manteve com líderes mundiais.
"Eu mandei sinais de alarme de forma consistente e repetidamente aos líderes mundiais", disse.
O enviado da ONU para assuntos climáticos, Janos Pasztor, descreveu o acordo como uma "conquista monumental" e disse que o documento envia uma mensagem para os mercados financeiros de que é hora de investir em energia de baixo carbono.
Pasztor rejeitou as sugestões de que o acordo será difícil de aplicar.
"Os governos não criaram uma força policial de mudança climática", disse ele.
"Mas a informação estará disponível de forma transparente", permitindo que a Organização das Nações Unidas aponte rapidamente o dedo para aqueles que ficam aquém dos seus compromissos, explicou.
AFP

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