Mulher cobra entrega de insulina; 3 mil pacientes estão prejudicados.
GDF diz que bloqueio ocorreu por mulher encaminhar 200 mensagens.
Uma mulher diz ter sido bloqueada em uma rede social pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, após denunciar falta de insulina Latus – remédio de alto custo usado no tratamento contra diabetes – há mais de um mês na Secretaria de Saúde. A biológa Cintia Reis, de 29 anos, é diabética há 18 anos e usa quatro frascos de insulina Lantus por mês.
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Cada ampola custa R$ 115 em farmácias, e a interrupção do tratamento pode provocar problemas renais e até cegueira. "Não tenho como gastar R$ 480 todos os meses. É inviável. Eu estou cobrando o governo via ouvidoria, WhatssAp do vice e pela página do governador no Facebook. Ontem [6] eu fui bloqueada da página dele por cobrar meu medicamento. É assim que o GDF trata o cidadão que precisa desse remédio?"
Segundo o GDF, os Termos de Uso do Facebook pedem para os cadastrados na rede social evitarem publicações repetidas. Caso o internauta insista em violar a política, pode ser bloqueado. "No caso específico, a seguidora publicou mais de 200 vezes a frase 'Rollemberg, cadê as insulinas?', explicou o Palácio do Buriti por meio de nota.
O Palácio do Buriti informou ao G1 que parte do conteúdo e das respostas publicadas na página de Rodrigo Rollemberg é de autoria do próprio governador e de colaboradores. Em divulgações institucionais, há o apoio da assessoria de informação e comunicação.
Cintia também diz que a mãe e outros usuários foram bloqueados da página do governador. Para a mulher, a atitude demonstra que o governo quer "calar os pacientes". "É um absurdo. A rede social é um ponto de comunicação entre a população e o governo. Parece que ele quer apenas mostrar as coisas boas, que são quases inexistentes, né?"
Ao G1, a Secretaria de Saúde informou que o processo de compra da insulina Lantus (Glargina) foi aberto e aguarda a liberação de recursos para aquisição. Segundo a pasta, há cinco tipos de insulina oferecidas: Lantus, regular, NPH, Detemir e Ultrarrápida.
A Secretaria de Saude também informou que o paciente com prescrição para Lantus deve procurar um médico para fazer a substituição da medicação até a regularização do estoque. Sem recursos, a bióloga diz que tem pedido ajuda para familiares e amigos. Segundo ela, a medicação falta há pelo menos um mês. De acordo com a Secretaria de Saúde, 3 mil pacientes da rede pública usam o medicamento todos os meses.
A Secretaria de Saude também informou que o paciente com prescrição para Lantus deve procurar um médico para fazer a substituição da medicação até a regularização do estoque
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