Cidade do Vaticano (RV) – O Jubileu que terá início no dia 8 de dezembro será uma experiência de misericórdia que permitirá a todos experimentar o amor de Deus. Assim o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Arcebispo Rino Fisichella, iniciou a apresentação esta manhã, 4, na Sala de Imprensa da Santa Sé, do desenvolvimento do Jubileu da Misericórdia, que será aberto com uma celebração presidida pelo Papa Francisco no Basílica e na Praça São Pedro no dia 8, às 9h30. A Rádio Vaticano transmitirá a cerimônia, com comentários em português, a partir das 6h20, horário de Brasília.
Pela primeira vez na história dos Jubileus, no domingo dia 13 serão abertas as Portas Santas em todas as Catedrais do mundo. A data coincide com as celebrações do 50º aniversário de conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II.
As leituras
Na cerimônia serão lidos alguns trechos das quatro Constituições conciliares: “Dei Verbum”, sobre a Palavra de Deus; “Lumen gentium”, sobre a Igreja; “Sacrosanctum Concilium”, sobre a Liturgia e “Gaudium et Spes”, sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Após serão lidos dois trecho do Decreto sobre o Ecumenismo "Unitatis Redintegratio" e sobre a liberdade religiosa da "Dignitatis Humanae".
Evangeliário do Jubileu
Durante a celebração eucarística – antecipou o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização – o Evangeliário feito especialmente para este evento, será levado em procissão. Rica de simbolismo também a iconografia realizada em mosaico e que mostra Jesus sacerdote, Jesus crucificado com os braços abertos, como “sinal da misericórdia que é aberta a todos”:
“O Evangeliário será colocado no mesmo legio (ndr - ou atril, suporte onde se apoia um Missal ou Bíblia) onde durante as sessões do Concílio era colocado sobre o altar da Basílica de São Pedro, para tornar evidente a todos o primado da Palavra de Deus. Portanto, também com este pequeno sinal, queremos recordar os 50 anos do Concílio”.
Abertura da Porta Santa
Toda a celebração será transmitida em mundo visão. O Santo Padre pedirá, como reza o rito, a abertura da Porta recitando as palavras do Salmo, que permanecem sempre as mesmas: "Aperite mihi Porta Iustitiæ", “seja aberta a Porta da Justiça”. Após o Papa, atravessarão a Porta os cardeais, os bispos, sacerdotes, religiosos e leigos. A procissão seguirá até o Túmulo do Apóstolo Pedro, “onde se realizará o rito conclusivo da Santa Eucaristia”. O Papa Francisco, então, recitará, como de costume, o Angelus da janela do Palácio Apostólico. Todos os fieis presentes poderão depois atravessar a Porta Santa. E a partir de 8 de dezembro, todos os dias, nas proximidades da estátua de São Pedro, será recitado o Rosário, animado por diversas realidades.
A projeção de fotos
Às 19 horas, por sua vez, haverá o que Dom Fisichella definiu como “um evento único e sugestivo”, ou seja, a projeção de fotos na fachada da Basílica de São Pedro e na cúpula:
“Tal evento é inspirado na última Encíclica do Papa Francisco, a Laudato Si, e pretende mostrar a beleza da Criação, também por ocasião da 21ª Conferência sobre o Clima das Nações Unidas, que teve início em Paris em 30 de novembro passado e que se concluirá no próximo dia 11.
A abertura de todas as Portas Santas do mundo
“Pela primeira vez na história dos Jubileus – explicou Dom Fisichella – no domingo dia 13 serão abertas as Portas Santas em todas as Catedrais do mundo:
“Todo o mundo será realmente um espetáculo de Portas que se abrem para dar o anúncio e o sinal deste Ano da Misericórdia”. No dia 13, o Papa Francisco abrirá, portanto, a Porta Santa da sua Catedral de Roma, ou seja, da Basílica São João de Latrão. A celebração terá início às 9h30 locais:
“O Papa Francisco desejou que o Jubileu da Misericórdia se realizasse antes de tudo nas Igrejas particulares. E é justamente por isto que quis abrir a Porta Santa na Catedral de Bangui, na República Centro Africana, em 29 de novembro, tornando-a a capital mundial da paz e instrumento de misericórdia”.
Uma sexta-feira por mês, os sinais da misericórdia do Papa
No dia 18 de dezembro, o Papa Francisco realizará um gesto simbólico “abrindo a Porta da Misericórdia no albergue da Caritas romana Don Luigi di Liegro, na Via Marsala”:
“Este gesto será o primeiro com o qual o Papa dará início aos sinais, que uma sexta-feira ao mês, pretende oferecer como expressão das obras da misericórdia”.
Dom Fisichella precisou que cada encontro terá o caráter de uma visita privada para expressar proximidade e solidariedade. Uma visita que será “também um testemunho para sublinhar as grandes formas de desconforto, marginalização e pobreza presentes na sociedade”, unidas porém ao reconhecimento da solidariedade expressa por tantas pessoas.
Ecumenismo e Audiência Geral
Falando também sobre a importância do significado do Jubileu para as outras religiões e o ecumenismo, foi recordado que em 25 de janeiro o Papa estará na Basílica São Paulo fora-dos-muros para uma celebração jubilar a nível ecumênico. Confirmado também que o Papa Francisco realizará, um sábado por mês, uma Audiência Geral, além daquela das quartas-feiras.
Os missionários da misericórdia
Durante a coletiva de imprensa foi recordado que foram encerradas as inscrições para se estar entre os 800 Missionários, indicados pelos bispos de todo o mundo. “Na Quarta-feira de Cinzas os missionários receberão o mandato do Santo Padre para serem pregadores” e confessores da misericórdia; “terão também a faculdade de perdoar os cinco pecados cujo perdão é reservado à Sé Apostólica”. “Serão o sinal da proximidade e do perdão de Deus em relação a todos”.
“O Papa concedeu a todos os bispos do mundo – recordou ainda Dom Fisichella – a possibilidade” de abençoar em seu nome na “Santa Missa de abertura e fechamento da Porta Santa”.
Assistência aos peregrinos
Interpelado pelos jornalistas, o prelado reiterou que não é possível quantificar o número de peregrinos que estarão presentes em Roma, pois as reservas são feitas continuamente; e assegurou a presença de uma densa rede de assistência de saúde, graças também a um “plano estruturado com a Região do Lácio”. Foram ultimados também serviços para que deficientes visuais e auditivos possam acessar as Portas Santas em segurança. Também foram organizados confessionários sem barreiras arquitetônicas para eles.
Voluntários e as igrejas jubilares
Importante – explicou – a abordagem dos voluntários. Todos “serão dispostos na Via da Conciliação e Praça São Pedro, nas outras Basílicas e nas outras três igrejas jubilares, ou seja, San Salvatore in Lauro, Santa Maria in Vallicella - Chiesa Nuova e San Giovanni Battista dei Fiorentini”.
“Muitos responderam ao convite que enviamos nos meses passados; os voluntários continuam a oferecer-se, e hoje sabemos que teremos cerca de 100 voluntários por dia a serviço do Ano Santo, número que obviamente é destinado a crescer, entre 800 e 1000, por ocasião dos grandes eventos”.
Segurança e obras
Em relação à segurança, Dom Fisichella afirmou que graças ao acordo bilateral entre Itália e Santa Sé, foram tomadas as providências para garantir a devida segurança a todos os peregrinos.
Informações e Atestados
Dom Fisichella recordou o site oficial, traduzido em sete línguas onde podem ser encontradas todas as informações referentes aos Jubileu, www.im.va. Ele recordou ainda o Centro Informativo para os peregrinos organizado na Via da Conciliação.
Ele salientou ainda que o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização é a única autoridade que pode conceder atestados para quem realiza a peregrinação ou participa do Jubileu, sublinhando que já foram completados os subsídios para o Jubileu, preparados pela Editora São Paulo em dez línguas, entre os quais o ucraniano e o coreano. (JE)
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