quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Documentos comprovam manobra para evitar premiação Nobel a Dom Helder

Recife, PE, 17 dez (sirnoticias@hotmaiç.com) - Os membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara apresentam, nesta sexta-feira (18.12.15), às 9h, no Salão das Bandeiras – Palácio do Campo das Princesas, o Caderno Especial “Prêmio Nobel da Paz: A atuação da Ditadura Militar Brasileira contra a indicação de Dom Helder Câmara”. O dossiê traz documentos inéditos que comprovam a perseguição ao arcebispo de Olinda e Recife, à época, e abrange aspectos da atuação diplomática, na distorção de fatos relacionados a Dom Helder Câmara. A indicação ao Nobel ocorreu entre os anos de 1970 e 1973. Partiu de eminentes personalidades e importantes instituições culturais e religiosas da França, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda e outros países.   Participam da solenidade, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara; o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido e demais autoridades convidadas. Na ocasião, o coordenador da Comissão da Verdade PE, Fernando Coelho falará em nome da CEMVDHC.
O Caderno Especial, com 229 páginas, é resultado do trabalho de uma das relatorias temáticas da Comissão da Verdade de PE que investiga as  “Violações de Direitos Humanos nos Meios Religiosos”. A frente da relatoria está Manoel Moraes e os sub-relatores, Henrique Mariano e Nadja Brayner. “Na sistematização de informações que visam demonstrar os abusos praticados pelo regime ditatorial, neste setor da sociedade, destaca-se a relevância de Dom Helder Câmara na sua luta permanente e ecumênica contra as torturas, mortes e desaparecimentos forçados promovidos pela perseguição política. Passamos então a escrever sobre uma lacuna da resistência democrática no Brasil e com isso mostrar a importância do direito à memória e à verdade na medida  que fatos e documentos passam a ser de domínio público e permitem novos e importantes estudos sobre o tema”, explica Moraes.
Com o apoio do Itamaraty, além do diálogo com especialistas e instituições, a exemplo do Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC), da  Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) , do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE), do Centro de Documentação Dom Helder Câmara (CEDHOC), do Ministério das Relações Exteriores e da Arquidiocese de Olinda e Recife e do trabalho de pesquisa dos assessores da CEMVDHC  foi possível reunir provas concretas que resultaram neste dossiê. Os detalhes serão apresentados durante a solenidade. “História que merece esta divulgação menos pela importância maior ou menor que se atribua ao Prêmio Nobel da Paz – visto por Dom Helder na sua exata dimensão – que pela revelação de um campo em que a ditadura também atuou, desrespeitando os direitos humanos mais elementares e a própria história da diplomacia brasileira”, conclui Fernando Coelho, coordenador da CEMVDHC.
Membros da Comissão Dom Helder Câmara: Fernando Coelho – Coordenador, ex-deputado federal e advogado ligado aos direitos humanos; Henrique Mariano – Secretário geral, advogado e ex-presidente da OAB/PE; Humberto Vieira de Melo – Advogado; Roberto Franca – Diretor Executivo do Instituto Dom Helder Câmara; Procurador Judicial da Prefeitura do Recife; Manoel Moraes – Cientista político e professor de Direitos Humanos; Socorro Ferraz – Historiadora e professora da Universidade Federal de Pernambuco; Nadja Brayner – bacharel em Direito pela UFPE e socióloga, professora do Departamento de Sociologia da UFPE -; José Áureo Bradley – ex-deputado estadual; Gilberto Marques – Advogado.

O QUE É A COMISSÃO DA VERDADE DOM HELDER CÂMARA
A CEMVDHC foi instalada, pelo ex-governador Eduardo Campos,  no dia 01 de junho de 2012, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas. Em junho de 2014, os trabalhos da CEMVDHC foram prorrogados, por mais dois anos. Os membros trabalham numa lista preliminar com os nomes de 51 pernambucanos mortos, desaparecidos ou vítimas de graves violações dos direitos humanos, ocorridas no estado ou no Brasil, durante a repressão.
SIR

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