Drama é refilmagem do argentino 'O segredo dos seus olhos'.
Por Neusa Barbosa
Mais do que uma refilmagem, "Olhos da Justiça" é uma recriação quase completa do sublime drama/suspense argentino "O Segredo dos Seus Olhos", Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010.
Diretor da obra original, Juan José Campanella assume a cadeira de produtor executivo aqui. Com roteiro e direção de Billy Ray (mais conhecido como roteirista de "Jogos Vorazes", 2012), a nova história mantém o foco em três personagens, na ideia de um amor impossível e na obsessão pelo esclarecimento de um crime, além de uma vingança.
Mas joga com esses elementos numa chave inteiramente distinta.
Ray (Chiwetel Ejiofor) é um ex-agente do FBI que volta ao antigo local de trabalho, 13 anos depois de ter-se demitido. Tornou-se investigador particular e, segundo sustenta, encontrou elementos para caçar o suspeito de um assassinato que escapou da Justiça - o homem que matou a única filha de Jess (Julia Roberts), ex-parceira no FBI e melhor amiga de Ray.
Para reabrir o caso, Ray precisa do apoio da procuradora Claire (Nicole Kidman) - por quem, desde sempre, ele foi perdidamente apaixonado (como era o caso, no filme original, do oficial de Justiça vivido por Ricardo Darín, que amava a juíza interpretada por Soledad Villamil).
Não há, como no filme argentino, um aspecto político na história. A adrenalina corre mesmo nas emoções conflituosas de Ray, obcecado por uma culpa do passado, e na dor insanável de Jess - que não quer ver o caso novamente remexido.
Julia Roberts, aliás, há muito tempo não se entrega tanto a um papel, vivendo uma mãe devastada pela perda que impressiona em cada uma de suas reações, algumas certamente imprevisíveis. É dela a personagem mais complexa da história e a atriz se apropria de cada um de seus aspectos com total segurança.
Nicole Kidman segura bem a nuance da tensão erótica, mantida sempre como uma corda esticada entre ela e Ray, num relacionamento cheio de ambiguidades. Não se dá conta tão bem, inclusive no roteiro, dos bastidores da Justiça, ficando também para Alfred Molina um papel um tanto caricato como o chefe da procuradora.
Chiwetel, por outro lado, dá um banho de sutileza em mais um papel feito sob medida para seu talento, já demonstrado em filmes como "12 Anos de Escravidão" (2013).
Clique aqui, assista ao trailer e saiba onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
Mais do que uma refilmagem, "Olhos da Justiça" é uma recriação quase completa do sublime drama/suspense argentino "O Segredo dos Seus Olhos", Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010.
Diretor da obra original, Juan José Campanella assume a cadeira de produtor executivo aqui. Com roteiro e direção de Billy Ray (mais conhecido como roteirista de "Jogos Vorazes", 2012), a nova história mantém o foco em três personagens, na ideia de um amor impossível e na obsessão pelo esclarecimento de um crime, além de uma vingança.
Mas joga com esses elementos numa chave inteiramente distinta.
Ray (Chiwetel Ejiofor) é um ex-agente do FBI que volta ao antigo local de trabalho, 13 anos depois de ter-se demitido. Tornou-se investigador particular e, segundo sustenta, encontrou elementos para caçar o suspeito de um assassinato que escapou da Justiça - o homem que matou a única filha de Jess (Julia Roberts), ex-parceira no FBI e melhor amiga de Ray.
Para reabrir o caso, Ray precisa do apoio da procuradora Claire (Nicole Kidman) - por quem, desde sempre, ele foi perdidamente apaixonado (como era o caso, no filme original, do oficial de Justiça vivido por Ricardo Darín, que amava a juíza interpretada por Soledad Villamil).
Não há, como no filme argentino, um aspecto político na história. A adrenalina corre mesmo nas emoções conflituosas de Ray, obcecado por uma culpa do passado, e na dor insanável de Jess - que não quer ver o caso novamente remexido.
Julia Roberts, aliás, há muito tempo não se entrega tanto a um papel, vivendo uma mãe devastada pela perda que impressiona em cada uma de suas reações, algumas certamente imprevisíveis. É dela a personagem mais complexa da história e a atriz se apropria de cada um de seus aspectos com total segurança.
Nicole Kidman segura bem a nuance da tensão erótica, mantida sempre como uma corda esticada entre ela e Ray, num relacionamento cheio de ambiguidades. Não se dá conta tão bem, inclusive no roteiro, dos bastidores da Justiça, ficando também para Alfred Molina um papel um tanto caricato como o chefe da procuradora.
Chiwetel, por outro lado, dá um banho de sutileza em mais um papel feito sob medida para seu talento, já demonstrado em filmes como "12 Anos de Escravidão" (2013).
Clique aqui, assista ao trailer e saiba onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
Reuters
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