quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Ministro diz que Cunha lança mão de 'chantagem' para salvar seu mandato

Presidente da Câmara autorizou processo de impeachment de Dilma.
Jaques Wagner disse que atitude revela 'desespero' do parlamentar.

Do G1, em Brasília

Post no Facebook do ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, contra a abertura do processo de impeachment (Foto: Reprodução/Facebook)Post no Facebook do ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, contra a abertura do processo de impeachment (Foto: Reprodução/Facebook)
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou na noite desta quarta-feira (2), por meio de publicação em sua página no Facebook, que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lança mão de “chantagem” para manter seu mandato.
Na tarde desta quarta, Cunha anunciou que autorizou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele decidiu dar andamento ao requerimento formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Eles alegam que Dilma descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem o aval do Congresso Nacional.
“A decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de deflagrar processo de impeachment contra Dilma revela o desespero de quem, confrontado com acusações de suspeitas de corrupção, está disposto a lançar mão de todo e qualquer meio, incluindo a chantagem e a violação das regras democráticas, para salvar seu mandato e satisfazer seus interesses”, postou Jaques Wagner.

Cunha é alvo de um processo de investigação no Conselho de Ética da Câmara acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao afirmar que não possui contas no exterior. Documentos enviados pelo Ministério Público suíço ao Brasil indicam que o parlamentar é o beneficiário de dinheiro movimentado em contas no país europeu.

O despacho do peemedebista autorizando a abertura do impeachment de Dilma ocorreu no mesmo dia em que a bancada do PT na Câmara anunciou que vai votar pela continuidade do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética. Ao longo do dia, Cunha consultou aliados sobre a possibilidade de abrir o processo de afastamento da presidente da República.

"A presidenta Dilma não possui contas na Suíça e não está sendo acusada ou investigada por atos ilícitos. Ela foi eleita legitimamente, em eleições limpas e justas pelo povo brasileiro e, mesmo considerando a baixa popularidade ou a crise econômica momentânea", disse Wagner.

"De cabeça erguida e empregando todos os meios legais e legítimos disponíveis, nosso governo lutará para demonstrar a fragilidade jurídica dessa manobra irresponsável e inconsequente. Confiamos na independência e na solidez de nossas instituições. O Brasil é maior e mais forte do que Eduardo Cunha", concluiu o chefe da Casa Civil.

Mais cedo, o ministro do Trabalho e Previdência Social também saiu em defesa da presidente Dilma por meio de nota. "Uma irresponsabilidade com o país e uma tentativa de golpe que será derrotada", afirmou o ministro. "Toda a sociedade brasileira sabe que não há qualquer fundamento, nem jurídico nem político, que permita um pedido de impedimento da presidenta”, concluiu
.

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