quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Atentados em Istambul: “a misericórdia é o único remédio”, afirma o cardeal Parolin


Cardeal Pietro Parolin
O secretário de Estado do Vaticano conversou com os jornalistas na apresentação do livro de Francisco. Sobre o perdão do papa aos cinco envolvidos no Vatileaks 2, ele declarou: "Tudo é possível. É prematuro fazer previsões".

O atentado desta terça-feira em Istambul “é mais uma grande tristeza. O que está acontecendo, o que está se repetindo, nos confirma que, em face desses males, o único remédio é a misericórdia”, disse o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, na apresentação do livro-entrevista do papa Francisco. O ataque suicida cometido hoje no distrito de Sultanahmet, no coração turístico de Istambul, matou 10 pessoas.

Mesmo condenando o massacre e todos os atos de terrorismo no mundo, o cardeal voltou a reiterar o convite à misericórdia, ressaltado pelo papa no livro. "Misericórdia na linha das obras de misericórdia, que devem tornar-se uma dimensão social".

Temos de "vir ao encontro das necessidades dos homens como expressão da misericórdia", continuou ele; "como expressão de justiça em primeiro lugar, porque ao homem, como tal, se deve respeito pelos seus direitos e pelas suas necessidades. Mas tudo tem de começar com uma atitude do coração que se abre ao irmão e vê um irmão em cada pessoa. E também com o perdão, porque, se não perdoamos, o ciclo de violência e conflito não vai se romper".

Aos jornalistas que lhe perguntavam se o livro do papa editado pelo jornalista Andrea Tornielli não contém "um excesso" de misericórdia, o Secretário de Estado declarou: "Eu acho que a indicação do Santo Padre é muito clara. No livro eu encontrei um equilíbrio. A misericórdia vai além dos méritos; de outra forma, não seria misericórdia. O Senhor veio para aqueles que abrem a porta, para aqueles que têm a intenção de lhe abrir a porta".

"Se há uma superabundância de misericórdia, certamente deve haver uma atitude de abertura por parte da pessoa", sublinhou Parolin. Porque "a graça de Deus não pode fazer nada com aqueles que permanecem fechados; ela não pode entrar. O próprio Jesus disse no Apocalipse: ‘Eu estou à porta e bato; se alguém me abrir, eu entro’. E se alguém não abre, Ele não entra".

Sobre a ligação entre justiça humana e misericórdia divina, o cardeal respondeu a uma pergunta de ZENIT sobre a evolução do processo conhecido por Vatileaks 2, de vazamento de documentos confidenciais. "É plausível que o papa perdoe os cinco acusados?". "Tudo é possível, é claro", disse o cardeal, "mas me parece ainda prematuro prever os resultados. Eu não sei quanto tempo falta... Mas, no momento, não tenho nenhuma forma de antecipar nada".

Ainda assim, Parolin observou que "nada pode ser descartado". Nem, portanto, o perdão. Zenit

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