quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Batismo, um dom maravilhoso

A alegria de se sentir membro da comunidade religiosa nos faz exercer a missão de iluminação.
Por Dom José Alberto Moura*
O batismo nos faz membros do único corpo de Cristo, que é sua Igreja. Ele é um dom maravilhoso, embora muitos não tenham percepção para avaliá-lo de modo suficiente. É como nascer. A vida é dom especial de Deus, que não merecemos e nada fizemos por obtê-la. O nascimento para a vida presente e a eterna feliz é dado pelo batismo instituído pelo Filho de Deus. Ele nos aplica o direito de filhos adotivos. O único filho natural de Deus, que tem a natureza divina, é Jesus. Mas o Pai dele nos trata e nos aceitará na vida eterna com Ele se nos parecermos com o Filho natural. Isso nos é possibilitado pelo batismo, com a condição de sermos coerentes em viver como Jesus, ou seja, praticando o que Ele fez e nos ensinou a realizar. Isto se dá na realização da justiça, da fraternidade, da ética, da solidariedade, da misericórdia, do perdão, da mútua colaboração, do respeito ao outro e às diferenças, enfim, na vida de amor.
Quem é da família de Deus pelo batismo, vive o sentido de pertença, ou seja, assume a própria família com amor, dedicação, colaboração. Segue seus ensinamentos. Respeita a autoridade. Compromete-se em ensinar aos outros o amor e a prática da caridade. Forma a família com os critérios do Evangelho. Promove a boa política, fazendo-a verdadeiro serviço ao bem comum e à inclusão social dos mais deixados de lado. Só vota em quem tem bom  caráter e demonstra, pela vida, a coerência com o cargo assumido e a grandeza moral de realmente servir a sociedade. Não cede a nenhum tipo de ilicitude. Não compactua com a desonestidade. Dá de si pelo bem do semelhante. Ajuda a comunidade religiosa a evangelizar.
Há quem pertence oficialmente à família cristã, mas se exclui dela pela prática contrária a Cristo e sua Igreja. Há também os que não são oficialmente membros dela, por não terem a graça da fé explicitada pelo batismo e a comunhão de vida nas práticas litúrgicas. Mas indiretamente são seus membros pela coerência com a mesma ética e vivência dos valores coincidentes com o Evangelho. São pessoas respeitáveis pela sua conduta e seu serviço prestado ao próximo, à semelhança de Cristo.
S. Paulo fala das diferentes pessoas com funções variadas. Mas todas pertencem ao mesmo corpo de Cristo. Elas devem ser respeitadas nas suas diferentes realidades. São verdadeiros dons de Deus para o serviço diversificado, mas para ajudar o corpo todo da Igreja. Ele cita os apóstolos, com o dom da coordenação e do pastoreio; os profetas, incumbidos de comunicar o que é de Deus; os catequistas que ensinam a Palavra; os que fazem milagres, as obras sociais, a administração, a comunicação das línguas... (Cf. 1 Cor 12,27030). Todos são importantes, mas unidos na pertença comum à Igreja do Senhor.
A alegria de se sentir membro consciente e importante da comunidade religiosa leva a pessoa a exercer sua missão de iluminar a sociedade para enxergar o caminho do bem, da justiça, da grandeza e do valor da vida e da dignidade humana, construindo uma sociedade solidária, em busca da vida eterna! Um se preocupa com o outro e todos se preocupam com o bem da sociedade, implantando os valores e critérios do Evangelho!
CNBB 20-01-2016.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo de Montes Claros (MG).

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