quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Exortação apostólica do Papa sobre a Família vai ser publicada até março


Agência Ecclesia 27 de Janeiro de 2016, às 12:23      
Foto: Samuel Mendonças/Folha do Domingo
Foto: Samuel Mendonças/Folha do Domingo
Informação foi avançada no Algarve por D. Vicenzo Paglia, responsável por este setor na Santa Sé

Faro, Algarve, 27 jan 2016 (Ecclesia) – A exortação apostólica do Papa Francisco sobre o Sínodo dos Bispos dedicado à Família vai ser publicada até ao próximo mês de março.

A informação foi avançada à Agência ECCLESIA pelo presidente do Conselho Pontifício para a Família, D. Vicenzo Paglia, durante as jornadas de atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul, que estão a decorrer até esta quinta-feira em Albufeira, no Algarve.

O cardeal italiano mostrou-se convencido de que o documento do Papa mostrará uma Igreja Católica “em saída” e próxima das famílias em todos os momentos da vida.

“Estou convencido que a exortação será um hino ao amor, a um amor que quer zelar pelo bem das crianças, que sabe estar perto das famílias feridas para lhes levar força, que quer estar junto dos mais idosos, a um amor que toda a humanidade precisa”, salientou.

Subordinadas ao tema “Família: Centralidade, Renovação e Continuidade”, as jornadas de atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul têm este ano como pano de fundo o último Sínodo dos Bispos dedicado à Família.

A iniciativa conta com cerca de uma centena de sacerdotes inscritos, e respetivos bispos, vindos das dioceses do Algarve, Beja, Évora e, pela primeira vez, da diocese de Setúbal.

Na sua reflexão, D. Vicenzo Paglia destacou a importância das comunidades católicas serem mais interventivas junto dos problemas e dos desafios das famílias, sobretudo daquelas que estão a começar a sua caminhada, os jovens casais.  

“Hoje infelizmente, vemos uma grande brecha entre a família e a paróquia: as famílias são muito pouco eclesiais, já que se voltam facilmente, para si mesmas, e as paróquias são pouco familiares, porque se encontram abafadas pelo peso da burocracia, ou envelhecidas pelo funcionalismo. Há pouco calor, pouco acolhimento, pouco acompanhamento”, sublinhou.

Sobre a atuação da Igreja perante casos como o das pessoas divorciadas, recasadas ou que vivem em união de facto, questão que mereceu largo destaque mediático durante o Sínodo, o representante do Vaticano frisou que todas estas pessoas podem e devem ser integradas na vida da comunidade.

“O desafio dos cristãos é estar ao lado deles, não rotulando, não criticando (…) a Igreja tem de falar para mudar. Teria sido dramático se Jesus não tivesse falado com a samaritana. Esta é a atitude do Papa Francisco, estar ao lado, não condenar, procurar o lado positivo da questão e fazê-lo crescer”, referiu o representante do Vaticano.

D. Vicenzo Paglia lembrou ainda as muitas famílias que vivem hoje momentos “dramáticos” por causa da guerra, da pobreza, do desemprego ou da instabilidade social, especialmente as que foram obrigadas a viver na condição de refugiadas.

“Muitos governos não têm uma política familiar e isso é gravíssimo”, acusou o cardeal italiano, recordando que “a solidez de uma sociedade está na família”.

JCP

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