sábado, 9 de janeiro de 2016

Merkel sobe o tom contra crimes cometidos por imigrantes

Direito ao asilo pode ser perdido se uma pessoa for presa.
Quase duas dúzias de refugiados estão entre os suspeitos de ataques.

Da Reuters

Manifestantes anti-imigração do movimento Pegida (Europeus patriotas contra a islamização do Oeste) protestam em Colônia, na Alemanha, neste sábado (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)Manifestantes contra o movimento anti-islã Pegida (patriotas europeus contra a islamização do Oeste) protestam em Colônia, na Alemanha, neste sábado (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)
Imigrantes que cometeram crimes devem perder o direito ao asilo, disse neste sábado (9) a chanceler alemã, Angela Merkel, subindo o tom enquanto milhares de pessoas protestam em Colônia (oeste alemão) devido aos ataques sexuais contra mulheres ocorridos na véspera do Ano Novo.
Quase duas dúzias de refugiados estão entre os suspeitos de realizar os ataques, disse a polícia nesta semana, aumentando as tensões sobre a imigração e causando críticas à recusa de Merkel de impor limites ao número de imigrantes que entram na nação.
"O direito ao asilo pode ser perdido se uma pessoa é colocada em condicional ou presa", disse Merkel após encontro com a liderança do seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU).
"Reincidentes que repetidamente roubam ou afrontam mulheres devem sentir a força total da lei", disse Merkel a jornalistas em Mainz, prometendo uma redução no fluxo de imigrantes no longo prazo.
Sob as leis alemãs, os refugiados em busca de asilo só são deportados se forem sentenciados a pelo menos três anos de prisão, desde que suas vidas não corram risco no país natal.
"Se um refugiado não cumpre as normas, devem existir consequências. Isto significa que devem perder o direito de residência, independente se tem uma suspensão da pena ou uma condenação à prisão", disse Merkel em entrevista coletiva.

"Se a lei não é suficiente, a lei deve ser alterada", completou Merkel, após o escândalo provocado pela participação de vários refugiados em uma série de agressões sexuais contra mulheres durante a noite de ano novo em Colonia.

A chanceler afirmou que uma lei mais rígida "não beneficiará apenas os interesses dos cidadãos, mas também os dos refugiados que estão aqui".

Durante uma reunião em Mainz, sudoeste da Alemanha, a direção do partido conservador da chanceler, a CDU, concordou em solicitar que a perda ao direito de asilo na Alemanha se torne mais sistemática em caso de delito. Esta postura deverá ser debatida com o seu aliado na coalizão de governo, o partido social-democrata SPD.

Protesto
Cerca de 1.700 policiais estão nas ruas de Colônia enquanto os manifestantes, inclusive membros do movimento anti-Islã Pegida (Patriotas europeus contra a islamização do Oeste), aguardam autorização para marchar pela cidade.

Centenas de mulheres se reuniram ao meio-dia na escadaria da catedral de Colônia para protestar contra as agressões ocorridas na noite de Ano Novo.
"Não quer dizer não. É nossa lei. Mantenham-se longe de nós", dizia um dos cartazes que as manifestantes levavam.
"Não à violência contra as mulheres em Colônia, tanto no Festival da Cerveja como no quarto", dizia outro dos cartazes.
As mulheres se manifestaram fazendo barulho com apitos e batendo panelas.
"Queremos nos sentir seguras", disse à AFP Martina Schumeckers, uma música de 57 anos, organizadora da manifestação.
"Estou aqui por todas as mães, as filhas, as netas e as avós que querem se deslocar em segurança", completou.
As manifestantes protestavam contra os roubos, as agressões sexuais e inclusive estupros que ocorreram na última noite de 2015 na praça da estação de trens em Colônia.
As manifestantes se anteciparam à marcha convocada para a tarde deste sábado pelo movimento de extrema direita Pegida.
A Alemanha recebeu 1,1 milhão de demandantes de asilo em 2015 e os eventos de 31 de dezembro em Colonia deixaram o país em estado de choque, com o aumento das críticas à política de recepção promovida por Merkel
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