quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Papa: “A misericórdia não pode ficar indiferente diante do sofrimento dos oprimidos”

Na Audiência Geral, o Santo Padre recordou que a misericórdia de Deus sempre esteve presente na história do povo de Israel

27 JANEIRO 2016 ROCÍO LANCHO GARCÍA AUDIÊNCIA GERAL
Audiência Geral. Photo.va


@Servizio Fotografico - L'Osservatore Romano 
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Audiência Geral. Photo.Va

O Papa Francisco se encontrou nesta quarta-feira com milhares de pessoas provenientes de todo o mundo, na Praça de São Pedro para a tradicional Audiência Geral. Depois de algumas semanas realizando a Audiência na Sala Paulo VI por causa do frio, esta semana voltou à Praça, para receber mais pessoas.

Com grande entusiasmo e emoção, os peregrinos receberam o Santo Padre em sua chegada a bordo do papamóvel. Depois de passar pelos corredores da Praça de São Pedro abençoando aos presentes, o Papa prosseguiu sua série de catequeses sobre a misericórdia.

Além disso, fez hoje um anúncio. O Pontifício Conselho Cor Unum, por ocasião do Jubileu da Misericórdia, promove um dia de retiro espiritual para grupos que se dedicam ao serviço da caridade. A jornada, que deve ser realizada em todas as dioceses durante Quaresma, será uma “ocasião para refletir sobre o chamado a ser misericordioso como o Pai”, explicou. Por isso,  Francisco convidou a acolher esta proposta utilizando as instruções e manuais elaborados pelo Cor Unum.

No resumo feito em português, o Santo Padre Francisco indicou que como no texto da Sagrada Escritura lido ao início da catequese, “Deus escutou os gemidos dos filhos de Israel na servidão”: “Na sua misericórdia, atende o grito de socorro; não desvia o olhar para não ver, não é indiferente ao sofrimento humano”.

Ele explicou que “o Senhor intervém para salvar, suscitando homens capazes de ouvir o gemido do sofrimento e agir em favor dos oprimidos”. Como mediador de libertação para o seu povo, envia Moisés, “que vai ter com o Faraó para o convencer a deixar partir Israel e depois guia-o no caminho para a liberdade”.

Ele recordou que Moisés, quando era menino, “fora salvo das águas do rio Nilo pela misericórdia divina; e agora é feito mediador daquela mesma misericórdia a favor do seu povo, permitindo-lhe nascer para a liberdade salvo das águas do Mar Vermelho”.

E sublinhou que “a misericórdia de Deus atua sempre para salvar”. Através do seu servo Moisés, o Senhor guia Israel no deserto como se fosse um filho, educa-o na fé e faz aliança com ele criando um vínculo fortíssimo de amor, uma relação semelhante à que existe entre pai e filho e entre marido e esposa. “É uma relação particular, exclusiva, privilegiada de amor, fazendo dos israelitas «um reino de sacerdotes e uma nação santa», afirmou Francisco.

“Vede a que ponto chega a misericórdia divina! Pois bem, é isto mesmo que nós próprios nos tornamos para Deus, deixando-nos salvar por Ele e acolhendo a sua aliança”, destacou o Papa.

“A misericórdia divina torna o homem precioso, como um tesouro pessoal que pertence ao Senhor, que Ele guarda e no qual Se compraz. Tornamo-nos jóias preciosas nas mãos do Pai bom e misericordioso”, afirmou Francisco.

Em seguida, ele cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa: “Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos vos saúdo, especialmente aos fiéis de Brasília e São José dos Campos, desejando-vos que nada e ninguém possa impedir-vos de viver e crescer na amizade de Deus Pai; mas deixai que o seu amor sempre vos regenere como filhos e vos reconcilie com Ele e com os irmãos. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas bênçãos”.

Pouco antes das saudações em italiano, um grupo de circo fez um breve show com acrobacias e dança, ‘arrancando’ sorrisos e aplausos de Francisco, que dirigiu aos artistas algumas palavras de agradecimento: “Vocês são criadores de beleza e promovem a beleza, e a beleza faz bem para a alma. A beleza nos aproxima de Deus”.

Para encerrar a audiência, o Santo Padre dedicou algumas palavras aos jovens, doentes e recém-casados. Lembrando que amanhã celebra-se a festa de São Tomás de Aquino, patrono das escolas católicas, o Papa pediu que seu exemplo impulsione os jovens “a enxergarem em Jesus misericordioso, o único mestre da vida”. Aos doentes expressou o desejo que a intercessão do santo obtenha para eles “a serenidade e a paz presentes no mistério da cruz”. Concluindo, pediu que a doutrina de São Tomás encoraje os recém-casados, a confiar na sabedoria do coração para realizar a missão confiada a eles. Zenit

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