sábado, 9 de janeiro de 2016

Refugiados: «Grande dificuldade é acolher», diz responsável nacional


Agência Ecclesia 08 de Janeiro de 2016, às 10:13    
(Lusa)
Diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações convida a conhecer o outro sem preconceitos


Lisboa, 08 jan 2015 (Ecclesia) - A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), Eugénia Quaresma, disse à Agência ECCLESIA que a maior dificuldade na atual crise dos refugiados tem sido “acolher” o outro que chega à Europa.

“Os refugiados são pessoas que procuram abrigo, e nós temos condições para abrigar, mas surge a grande dificuldade que é acolher”, explica Eugénia Quaresma.

A diretora da OCPM sublinha que “ninguém acolhe quem não conhece”.

“Mas há outra questão a identidade, a pergunta: quem? A xenofobia e o medo surgem, quem somos nós, quem são eles?”, prossegue.

A Igreja Católica celebra no dia 17 de janeiro o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, um tema candente que está no centro do último número do Semanário ECCLESIA, que inclui uma entrevista à irmã Irene Guia, da plataforma de acolhimento aos refugiados, que recentemente visitou o Curdistão iraquiano e o Líbano.

A edição recorda a mensagem do Papa para esta celebração e antecipa XVI Encontro de Animadores Sociopastorais das Migrações, em Bragança (15-17 de janeiro), no qual vai estar o presidente da Cáritas do Líbano.

A diretora da OCPM, uma das entidades que promove o encontro nacional de animadores, elogia a mensagem do Papa para a celebração dedicada ao migrantes e refugiados, num momento em que ainda “é necessário ultrapassar a dificuldade de saber acolher”.

“Acolher é a primeira atitude mas a Europa tem uma dificuldade: acolher Deus é difícil, ver Deus nos irmãos é difícil mas é a proposta da Igreja; e nem todas as pessoas que estão na igreja percebem isto”, defende.

Nesse sentido Eugénia Quaresma aponta a educação para o acolhimento recordando que, enquanto povo, os portugueses já foram “migrantes, refugiados e perseguidos”.

“De que resposta estamos à espera? Dos irmãos, da sociedade, do mundo?”, questiona.

A diretora da OCPM sublinha o desafio para que cada diocese e cada paróquia do Mundo Inteiro possam marcar este dia de forma diferente.

“O grande apelo que nos chega do Conselho Pontifício é que cada paróquia faça alguma coisa, que a data seja assinalada pelo acolhimento, reflexão, partilha; que sejamos criativos e vençamos a indiferença”, apela.

SN/OC

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