quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Tudo igual

por Cristiana Lôbo


Dilma e Temer conversaram por mais de uma hora, mas nenhuma mudança significativa se apresenta na relação protocolar que existe entre os dois. 


Na carta que enviou à presidente no fim do ano passado quando se queixou do papel decorativo que lhe é reservado no governo, Temer disse a certa altura que não há confiança do governo no PMDB. "Nunca teve, não tem e nunca terá". O encontro de hoje não mudou essa compreensão.

Ainda assim, o encontro teve o condão de passar para o público externo que houve o distensionamento nas relações entre a presidente e seu vice. Mas Temer continua onde sempre esteve – num gabinete no Anexo I do Palácio do Planalto, sem participar das reuniões mais importantes em que são decididos os destinos do país.

Nenhum assunto político mais sensível foi tratado – nem sobre a escolha do novo líder do PMDB na Câmara nem sobre a indicação do PMDB para a Secretaria de Aviação Civil –, mas Dilma informou ao vice que pretende ressuscitar o chamado "Conselhão", que reúne empresários e representantes da sociedade Civil – para ouvir sugestões sobre os rumos do governo. 

Foi nesse contexto que Temer recomendou a ela ouvir mais do que falar e evitar passar a ideia de que dá ordens.

Neste momento de crise econômica, Temer tem conversado muito com  empresários – o que, aliás incomodou muito a presidente, uma vez que ela tem dificuldade de interlocução com setores do empresariado e do mundo financeiro. 

Ele tem preferido fazer o embate com o governo em cima de questões econômicas, tanto que patrocinou o documento "Ponte para o Futuro" sobre medidas econômicas. Hoje, na conversa com a presidente, ele recomendou que o governo avaliasse as medidas propostas e Dilma respondeu que essa tarefa está entregue ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
http://g1.globo.com/politica/blog/cristiana-lobo/post/tudo-igual.

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