quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Cardeal-patriarca pede «caridade criativa» às comunidades católicas

Agência Ecclesia 11 de Fevereiro de 2016, às 12:40        (imagem de arquivo)
D. Manuel Clemente informa que renúncia quaresmal se destina ao Apoio Diocesano às Obras de Misericórdia
(imagem de arquivo)

Lisboa, 11 fev 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa incentivou as comunidades católicas à aplicação prática das Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais que “são campos abertos à caridade criativa, com muito por fazer na cidade de todos”.

Na mensagem para a Quaresma 2016, enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente começa por explica que “viver” o tempo de preparação para a Páscoa, na diocese, no país e no mundo, “tem tanto de local como de universal” e no Patriarcado de Lisboa “significa caminho sinodal” para chegar a todos “pelo Evangelho de Cristo”.

Neste contexto, destaca que este tempo litúrgico “serve para ‘“rasgar o coração’”: “Aproveitemos este tempo tão especial de graça – a Quaresma do Ano Santo da Misericórdia -, para que a escuta mais atenta da Palavra de Deus e os atos mais decididos da caridade prática nos levem a fazê-lo, em geral benefício”.

D. Manuel Clemente revela que vai encaminhar a renúncia quaresmal para o Apoio Diocesano às Obras de Misericórdia (ADOM), a fim de “corresponder aos crescentes pedidos de ajuda de entidades que as praticam”.

“Somos a resposta de Cristo ao mundo; peçamos a Cristo a graça de a prestarmos”, observa, recordando que as 14 Obras de Misericórdia na “formulação tradicional e facilmente memorizável” são um “bom exercício quaresmal” que pode ser colocado em prática “até à Páscoa”.

“Lembrando cada uma, imediatamente nos ocorrem concretizações urgentes ou possíveis. Nas nossas casas, comunidades, escolas, hospitais, prisões, locais de trabalho ou convívio, não faltam ocasiões e apelos”, mobiliza, pedindo “redobrado esforço” em cada uma delas “no singular e no conjunto”.

Para o cardeal-patriarca, como se recusa o materialismo “igualmente” deve ser evitado “qualquer espiritualismo oco” para que as comunidades possam-se dedicar a “um serviço concreto e global, como o Evangelho ensina”.

“As chamadas ‘questões fraturantes’, que sucessivamente irrompem, fraturam-nos sobretudo a nós como humanidade, quando se alegam assim chamados ‘direitos’ de alguns para nos desresponsabilizar da resposta solidária que devíamos dar a todos, com mais cuidado e companhia”, alerta.

Sublinhando que fraquezas dos outros “nunca sejam pretexto para desistir seja de quem for”, D. Manuel Clemente destaca que aqui “situa-se, precisamente, o desafio do amor cristão”.

No contexto das Obras de Misericórdia e ainda sobre a caminhada sinodal, o cardeal-patriarca revela que algumas conclusões dos grupos vão no sentido de valorizar “os nexos familiares, comunitários e intercomunitários, para que ninguém fique isolado nem se isole a si próprio, da infância à velhice”.

Na Mensagem para a Quaresma 2016 há também o incentivo ao acolhimento de quem procura “sobrevivência e trabalho”, dado que no Patriarcado de Lisboa podem “cruzar-se dezenas de pessoas de várias proveniências e tradições, religiosas ou outras”.

“E no futuro, eles e nós, seremos a sociedade de todos, sobre a base comum de direitos humanos respeitados e, de facto, praticados”, comenta D. Manuel Clemente, sobre este “largo campo para a prática das obras de misericórdia”.

A Quaresma, que começou esta quarta-feira com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste âmbito surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

CB/OC

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