Blocos liberam um grande rastro de ferro e outros nutrientes que agem como fertilizantes.
Por Alister Doyle
OSLO - Os maiores icebergs que se rompem na Antártida, inesperadamente ajudam a retardar o aquecimento global já que eles se derretem no gélido oceano austral, afirmou um grupo de cientistas.
Os raros icebergs do tamanho de Manhattan, que podem se tornar mais frequentes nas próximas décadas devido às mudanças climáticas, liberam um grande rastro de ferro e outros nutrientes que agem como fertilizantes para as algas e outros organismos semelhantes a minúsculas plantas no oceano.
À medida que crescem, vão extraindo o dióxido de carbono da atmosfera, um aliado natural dos esforços humanos para limitar o ritmo da mudança climática, causada pelas emissões de gases do efeito estufa.
O oceano floresce na esteira de icebergs gigantes da Antártida que absorvem de 10 a 40 milhões de toneladas de carbono por ano, estima o estudo, mais ou menos o equivalente às emissões anuais de gases de efeito de estufa pelo homem em países como a Suécia ou a Nova Zelândia.
Até agora, o impacto da fertilização do oceano a partir do fim de icebergs gigantes, definido como pedaços de gelo flutuantes a mais de 10 milhas náuticas (18 quilômetros) ou quase o tamanho de Manhattan, era considerado pequeno e localizado.
"Ficamos muito surpresos ao descobrir que o impacto pode se estender até 1.000 quilômetros", dos icebergs, disse o professor Grant Bigg, da Universidade de Sheffield, um dos autores do estudo publicado na revista Nature Geoscience.
Os cientistas estudaram imagens de satélite de 17 icebergs gigantes da Antártida no período entre 2003 e 2013 e descobriram que as algas poderiam esverdear a água por até centenas de quilômetros em torno dos icebergs, com nutrientes espalhados pelos ventos e pelas correntes.
Existem 30 icebergs gigantes flutuando ao longo da Antártida - eles podem durar anos. O estudo mostra que os icebergs gigantes tiveram um impacto desproporcional em promover a fertilização do oceano quando comparados com pequenos icebergs.
Reuters
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