Gonzaga Mota*
O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social, em qualquer sociedade. Desemprego, miséria, violência, corrupção, enfim crises diversas, decorrem de movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista ético, político e socioeconômico. Observando-se o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, como Pitágoras, Aristóteles, Platão, Max Weber, Kant, Heidegger, Hengel, Marx e mais recentemente de Sartre e Maritain, nota-se uma preocupação básica com a verdade e a existência. Por isso, todos foram formadores de escolas que serviram e ainda servem de orientação a muitas pessoas. Apesar das controvérsias, todos buscaram formas para justificar, de acordo com suas teses e convicções, o sentido da vida, da moral, da ética etc. Por outro lado, segundo Shakespeare, "A política está acima da consciência". Por sua vez, a hipocrisia é a chaga maior dessa atividade. Como sabemos, a democracia é a forma de governo em que o povo exerce a soberania, comprometendo-se com a justiça, a liberdade e a igualdade de oportunidades. O objetivo da atividade estatal deve ser o bem comum e não a vantagem de uma minoria ou de uma falsa suposta maioria temporariamente no governo. Assim, a luta democrática não pode ser eventual, mas permanente. Ademais, democracia não significa apenas colocar um voto na urna ou digitar um número. Trata-se de um processo bem mais amplo, em que a participação popular, a recusa ao fanatismo, a defesa das minorias e da pluralidade, o respeito aos dispositivos constitucionais são atitudes fundamentais.
*Professor aposentado da UFC, escritor e ex-governador do Ceará
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