EM 31 DE MAIO DE 2015
Caminhar no deserto é um tempo misterioso. Há de mexer profundamente todo o nosso interior. A luta dentro do nosso ser é avassaladora. É uma experiência tomada de temor e de sustos e muitas coisas serão reveladas que causarão pavor e impactantes mudanças. O deserto é lugar que marca abissalmente toda a nossa vida. Ninguém fica sem passar pelo deserto, mesmo sem o conhecimento religioso, psicológico e cultural. Cedo ou mais tarde a vida encontra pela frente o mistério do deserto. Ninguém sabe quando chega e quando é o fim dele.
Daí, fome, sede, trapos, dor, sofrimento, solidão, silêncio, vazio, secura, carência e a falta de ser amado é a que é mais sentido. Passando por esse lugar-tempo-mistério advém o sublime, o desabrochar das flores, o ser amado é amar de forma radical. O outro tem o nosso amor imensurável. O alimento, as vestes e a companhia são de tal fortaleza que vão segurar a felicidade eternamente. A mudança é tremenda, a vida vai caminhar com novo horizonte e a fé tem um campo contemplativo nas graças da Santíssima Trindade.
A experiência do deserto é única e ímpar. Seus frutos são gloriosos e infinitos tanto para Igreja como para sociedade. O deserto não é o lugar completo para obter por inteiro o conhecimento espiritual e a revelação interior, no entanto, o tempo passado nele é por excelência e suficiente para causar uma riqueza em prol do relacionamento humano e uma profunda comunhão com Deus.
Pe. Inácio José do Vale
Irmãozinho da Visitação
Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com
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