segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Obama visita pela primeira vez uma mesquita nos Estados unidos

O presidente dos Estados Unidos denuncia a retórica islamófoba e exorta os muçulmanos a denunciar as perseguições de outros grupos religiosos
Obama, mesquita EUA
 O presidente dos EUA, Barack Obama, viajou nesta quarta-feira para a cidade de Baltimore (Maryland) para visitar, pela primeira vez desde que tomou posse, uma mesquita do país.
Após o atentado de São Bernardino e o discurso de alguns políticos republicanos que querem proibir a entrada temporária dos refugiados que professam o Islã e tê-los sob vigilância, são muitos os muçulmanos que expressaram os seus medos. Alguns fizeram-no escrevendo ao mandatário, outros em atos públicos e um grande grupo fez saber ontem mesmo durante sua longa estada na Sociedade Islâmica de Baltimore, cujas instalações incluem um colégio de fundamental e médio.
Em seu discurso de quase 45 minutos, Obama reforçou o papel dos muçulmanos nos Estados Unidos e pediu para que não sejam igualados de nenhuma maneira com terroristas. “Somos uma única família norte americana”, disse repetidamente.
Assim, o presidente alertou que os ataques contra a comunidade islâmica destroem o tecido da sociedade norte americana e as garantias constitucionais da liberdade religiosa. “Temos de enfrentar isso de frente”, disse.
“Um ataque contra uma religião é um ataque contra todas as religiões”, disse Obama. A retórica que mistura o terrorismo com as crenças de uma fé inteira “não encontra vez” nos Estados Unidos, disse ele.
A comunidade muçulmana é pequena neste país, apenas um por cento, por isso, a grande maioria dos cidadãos não conhece diretamente ninguém que professe o Islã. Em muitas ocasiões, o retrato que têm dos fieis dessa religião é o que “aparece nas notícias depois de um ato terrorista”, explicou o presidente. Também o que desenham os personagens da televisão e do cinema, e que às vezes, é distorcido, acrescentou.
Como americanos, disse Obama, todos temem a ameaça do terrorismo. Mas “como muçulmanos americanos existe outra preocupação: que toda a comunidade aponte-lhes ou culpe-lhes pelos atos violentos de alguns poucos”.
Durante sua visita à Sociedade Islâmica de Baltimore, o presidente traçou um amplo panorama histórico do papel desempenhado pelos muçulmanos desde a fundação do país e aplaudiu as suas atuais contribuições à sociedade norte-americana. O “Islã sempre fez parte da América”, disse.
Aos jovens que estavam na platéia, Obama lembrou-lhes que se ‘encaixam’ aqui porque “formam parte dos Estados Unidos”. Ninguém deve escolher entre ser muçulmano ou norte-americano; são muçulmanos americanos, garantiu.
O presidente também disse estar ciente de que “é momento de preocupação e medos” nas comunidades islâmicas. “A imperdoável retórica política contra os muçulmanos não tem lugar no nosso país”, denunciou. “Não devemos julgar a propaganda do terrorismo e não podemos sugerir que o islã está na raiz do problema”, enfatizou.
Nesta situação, Barack Obama disse que “a melhor maneira de lutar contra os terroristas é negar-lhes legitimidade e mostrar-lhes que aqui não suprimimos o Islã”.
Finalmente, o presidente dos EUA pediu aos muçulmanos que denunciem quando os perseguidos os perseguidos em qualquer parte do mundo são outros, como os cristãos, ou começa-se o anti-semitismo. “Devemos ser consistentes na denúncia da retórica do ódio e da violência”, disse. “Não podemos ser espectadores do ódio”, concluiu. Zenit

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