Protesto dos taxistas no aeroporto de Lisboa FOTOS ENRIC VIVES-RUBIO
Ao fim de cinco horas, os taxistas que nesta quarta-feira bloquearam praça junto às chegadas do Aeroporto da Portela para protestar contra a Uber começaram a desmobilizar. O cancelamento do protesto aconteceu depois do regresso ao aeroporto de uma delegação de quatro pessoas (formada pelo presidente da FPT, pelo líder da ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Automóveis Ligeiros e por mais taxistas) que se deslocou a São Bento com o intuito de ser recebida pelo primeiro-ministro, António Costa.
Um assessor de Costa recebeu a delegação e deixou-lhes a garantia de que, ainda esta semana os representantes dos taxistas serão recebidos pelo primeiro-ministro ou pelo secretário de Estado adjunto e do Ambiente, José Mendes, que tutela o sector dos transportes.
Uma manifestação espontânea de taxistas suspendeu o transporte de passageiros na praça de táxis das chegadas do aeroporto de Lisboa, em protesto contra a Uber. A praça junto às partidas está encerrada devido a obras na zona.
“Houve um colega nosso que pediu a intervenção da polícia para identificar um carro da Uber e o seu motorista. E o agente multou o colega por obstrução da via pública e isso causou revolta”, contou ao PÚBLICO Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa de Táxis.
Fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa confirmou que houve “uma desordem entre funcionários da Uber e taxistas”.
Os taxistas bloquearam a praça e recusam-se a transportar passageiros. “Ninguém sai daqui enquanto não houver intervenção do Governo”, acrescentou Carlos Ramos, afirmando que uma delegação de quatro pessoas (formada pelo presidente da FPT, pelo líder da ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Automóveis Ligeiros e por mais taxistas) tentará ainda nesta quarta-feira ser recebida em São Bento pelo primeiro-ministro, António Costa.
Segundo Carlos Ramos, houve "cerca de 600 taxistas" nas praças e parques de estacionamento do aeroporto de Lisboa.
Fonte oficial da Uber disse ao PÚBLICO na tarde desta quarta-feira que “qualquer grupo tem o direito de se manifestar, desde que de forma pacífica, e em respeito pela ordem e tranquilidade públicas”. “Esperamos que a moderação e o bom senso prevaleçam”, acrescentou.
“Na Uber, acreditamos que o diálogo e o entendimento mútuo com operadores no sector da mobilidade deve ser o caminho a seguir: estamos sempre abertos à discussão com todas as entidades públicas e privadas. Permanecemos empenhados em trazer uma alternativa de mobilidade urbana que beneficie utilizadores, motoristas e as próprias cidades”, disse ainda.
Governo à espera de informações da Comissão Europeia
Também na tarde desta quarta-feira o Ministério do Ambiente, que tutela os transportes, emitiu um comunicado em que revela ter pedido informações à Comissão Europeia sobre “os desenvolvimentos que estão em curso, bem como sobre a existência de uma estratégia comum, que permita uma articulação das posições dos diversos Estados-membros” sobre a Uber.
O secretário de Estado adjunto e do Ambiente, José Mendes, revela a nota do ministério, recebeu este mês as duas associações representantes do sector dos táxis e foram “debatidos vários aspectos relevantes em ambiente de franca colaboração e com abertura de todas as partes para o diálogo e para o desenho de medidas concretas que contribuam para o desenvolvimento deste importante sector”.
“Foi consensual que o serviço de táxis é uma componente essencial da mobilidade nas cidades, e fora delas, e que é fundamental juntar esforços para a melhoria contínua dos serviços prestados por aqueles profissionais”, acrescenta a nota.
Taxistas revoltados
No aeroporto de Lisboa, tudo começou por volta das 13h15, como contou ao PÚBLICO Diogo Santos, o taxista que foi multado por ter pedido à PSP a identificação de um motorista da Uber que recolhia um passageiro na zona das chegadas do aeroporto.
"Um dos agentes da PSP foi identificar o motorista da Uber e o outro veio pedir-me os documentos e autuou-me em 60 euros, porque o meu carro estava na faixa Bus e a dificultar a saída do carro da Uber", contou o taxista, de 29 anos.
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