Em nota pública os prelados relatam a falta de alimentos, remédios e atenção médica
“Estamos quase em uma situação de salve-se quem puder”, denuncia uma nota publicada por ocasião do Dia Mundial do Enfermo pela Conferência Episcopal da Venezuela (CEV), o qual afirma com todas as palavras: “É notável o colapso total dos serviços assistenciais da rede pública”.
“Nos últimos meses, se intensificou de modo sistemático a falta de medicamentos para todos os tipos de doenças, mas sobretudo para diabete, epilepsia, HIV e doenças cardiovasculares, que já provocou a morte de muitas pessoas, sem receber nenhuma resposta por parte das agências governamentais”, prossegue a nota.
O documento, publicado no site da CEV, apresenta 16 pontos da duríssima realidade da situação de saúde e alimentação do país e a desilusão da população venezuelana. Além da grave crise da falta de remédios, “se observam lacunas na prevenção, na supervisão e no controle sanitário, que levou ao recrudescimento de doenças infecciosas como a malária (136.402 casos) e a dengue (54.152 casos); a incapacidade de responder rapidamente às novas ameaças para a saúde que vêm de doenças emergentes como a Chikungunya (16.293), Zika (cerca de 412.962 casos até 23 de janeiro de 2016); o recrudescimento de doenças endêmicas como o morbo de Chagas, a sífilis e a gonorreia”.
“Ao mesmo tempo, a crise por causa da falta de alimento causa outras ameaças para a saúde da população venezuelana dentre as quais: a desnutrição pela falta de nutrientes e vitaminas, baixo índice glicêmico incontrolado provocado pela ausência de uma alimentação correta, condição mental e social alterada que cria ânsia, medo e angústia”, continua o documento.
O Presidente da Comissão “Justiça e Paz” pede às autoridades Governamentais e do Estado em geral, as garantias necessárias para o correto funcionamento das instituições de saúde a fim de obter o fornecimento de remédios e instrumentos necessários para o cuidado dos pacientes, sobretudo as mães, crianças e idosos. Propõe dar prioridade à questão dos medicamentos e do alimento na agenda do Governo, da política e das finanças do país a fim de superar as doenças que até pouco tempo atrás eram controladas”. Enfim, reitera que “a saúde é um direito humano e não pode ser submetida aos interesses ideológicos de grupos, entidades ou administrações”. Zenit
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