O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai levar ao procurador-geral da República Rodrigo Janot "as tralhas" que ganhou durante sua passagem no Palácio do Planalto (2003/2010).
Ele fez a afirmação ao delegado da Polícia Federal que tomou seu depoimento no dia 4 de março na Operação Aletheia. Lula chamou o delegado de "querido" várias vezes. Após declarar que "tem coisa de valor que deve estar guardada em banco", ele declarou.
"Eu já tomei uma decisão. Terminada essa porra desse processo, eu vou entregar isso para o Ministério Público, vou levar lá e vou falar: 'Janot, está aqui, olha, isso aqui te incomodou? Um picareta de Manaus entrou com um processo pra você investigar as coisas que eu ganhei, então você toma conta'."
Lula falou das "tralhas" que ganhou quando a PF o questionou sobre o sítio Santa Bárbara, situado no município de Atibaia, interior de São Paulo. Os investigadores suspeitam que o petista é o verdadeiro dono da propriedade rural que recebeu benfeitorias patrocinadas por empreiteiras, entre elas a OAS e a Odebrecht, e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente que foi preso no dia 24 de novembro na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato. Lula nega ser o dono do sítio
O ex-presidente disse que o sítio foi cedido por amigos e que "uma das ideias deles era, não só que eu tivesse um lugar pra descansar, mas também que tivesse alguma coisa pra guardar as tralhas de Brasília, que é muita tralha que a gente ganha".
Questionado pelo delegado, Lula disse que "uma parte" dos presentes que recebeu está no sítio e que os objetos estão espalhados em outros lugares, como o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Lula não soube precisar o valor dos presentes que recebeu. Também disse não saber onde estão todos os objetos.
Agência Estado
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