sábado, 26 de março de 2016

Maria aos pés da cruz – uma pequena reflexão

Para acompanhar nossa Mãezinha no dia de hoje
Richard Fleetwood  
COMUNIDADE SHALOM  25 DE MARÇO DE 2016
Maria recebe Jesus morto ao pé da cruz
Maria recebe Jesus morto ao pé da cruz
Cena do filme A Paixão de Cristo

“Ó Morte, por que me rasgas as entranhas com tua aguda espada? E ensangüentada arrebatas do colo maternal, o filho? ( Beato José de Anchieta)”.

O Céu está encoberto, sopra um gélido vento e com persistência sacode o letreiro encimado da cruz: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.

O corpo inerte e sem vida do Rei repousa no trono cruento do madeiro da cruz: “comsummatum est”, (tudo esté consumado).

Alguns poucos lamentos, contam-se nos dedos as testemunhas da Cruz, algumas Marias, um soldado, um apóstolo apenas (aquele que Jesus amava), e Ela, a Mãe Dolorosa, a Rainha dos Mártires.

De pé, com as mãos ensangüentadas, unidas em prece silenciosa, Maria contempla o Mistério da Redenção; relembra o “Sim” da anunciação, e novamente é convidada a dizer “Sim” aos pés da Cruz. O “Sim” que gera a Igreja de Jesus Cristo.

O saudoso Papa João Paulo II tão bem definiu o momento de Maria aos pés da Cruz, dizendo: “Na anunciação, Maria dá no seu seio a natureza humana ao filho de Deus; aos pés da Cruz, em João, recebe no seu coração toda a humanidade. Mãe de Deus desde o primeiro instante da encarnação, ela torna-se mãe dos homens nos últimos momentos da vida do Filho, Jesus”.

Eis a atitude que podemos aprender com Maria: não ter medo da cruz; contemplá-la com amor, pois o crucificado é a própria encarnação do amor.
Aos pés da Cruz, ela se tornou nossa Mãe; pela oblação que fez do seu próprio filho, cooperando para que tivéssemos a Vida da Graça.

Maria é, portanto, nossa Mãe, nossa verdadeira Mãe na ordem espiritual porque é Mãe de Jesus Cristo, e Jesus Cristo é a cabeça do corpo místico (Igreja), cujos membros (atuais e potenciais) somos todos nós, a humanidade inteira.

O lado é aberto pelo lança do soldado romano Longuinus, um manancial de amor é derramado do Coração de Jesus. Um oceano de misericórdia escorre pelo madeiro, encharca a terra seca pelo pecado e traz vida nova.

Sangue e água, eis o que jorra do lado aberto! Do coração escancarado de Jesus nasce a Igreja Sacramental!

A partir dessa hora, da dor e da agonia, Maria está elevada a posição de segundo Eva, tornando-se Mãe de todos os viventes remidos pelo Sangue de Jesus.

Santo Agostinho formulou o apostolado maternal de Maria assim: “Todos os predestinados estão, neste mundo, ocultos no seio da Ssma. Virgem, onde são guardados, alimentados, conservados e engrandecidos por essa boa Mãe, até que ela os gere para a Glória depois da Morte”.

Maria Mãe da Igreja corpo mistico de Cristo, roga por todos nós, teus filhos gerados aos pés da cruz. Amém

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