Cidade do Vaticano (RV) – Como Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica, o Cardeal Cláudio Hummes, que também dirige a Comissão da CNBB para a Amazônia, visitou nos últimos dias a Guiana, o pequeno país localizado no norte da América do Sul, que faz fronteira com a nossa Roraima. Culturalmente, a Guiana é parte do Caribe anglófono, tendo sido colônia também da Holanda. É a única nação sul-americana a ter o inglês como idioma oficial. Independente desde 1966, tornou-se uma república em 23 de fevereiro de 1970.
O objetivo da visita de Dom Cláudio, que viajou com Mauricio Lopez e Irmã Irene Lopes, secretário executivo e assessora da Repam, foi articular o envolvimento da Guiana na Rede Eclesial Pan-amazônica.
Católicos não são maioria, mas firmes na fé
“A minha avaliação é que foi bom, excelente. Fomos recebidos muito bem. A Guiana tem muito pouca população, em todo o país há uma só diocese e um bispo, em Georgetown, e cerca de vinte padres, a maioria estrangeiros, muitos indianos jesuítas. Quando a escravatura foi abolida, os ingleses levaram os indianos para trabalhar lá. Há também negros, descendentes de escravos africanos, e os chamados ameríndios. A população é muito variada e com problemas de convivência. Os ingleses acabaram todos saindo de lá. O povo é muito carinhoso e muito religioso também. Os católicos não são maioria, mas a Igreja é valente, os missionários jesuítas, nas savanas e florestas, são muito dedicados. Interessante é que as comunidades indígenas, católicas, têm muito pouca invasão de Igrejas evangélicas, porque os padres estão muito presentes.
Repam acendeu 'a sua chama'
“Nossa viagem foi de articulação, para convidar as comunidades católicas e o bispo a se articularem, a fazerem rede com a Repam. Houve muito interesse. Eles já tinham ouvido falar sobre o nosso trabalho na Amazônia brasileira, mas tinham poucas notícias. Havia um grupo de leigos que se interessou muito; tivemos bons encontros, com palestras, celebrei missas em todos os lugares. O bispo, Dom Francis, nascido em Trinidad y Tobago, beneditino, e que foi muito gentil e esteve sempre conosco, disse que ‘nós conseguimos acender o ‘fogo’, o interesse pela questão da Amazônia e termos uma articulação maior entre os bispos e toda a grande Amazônia dos 9 países que a compõem”.
Atuação da Repam
A Repam quer ser um serviço, um esforço conjunto, uma expressão de comunhão e solidariedade, um reforço na Pastoral para melhor defender, promover e cuidar da vida, da criação, dos povos e comunidades da Amazônia com suas culturas, sua fé, sua religiosidade, seus valores. Ela se propõe a unir forças, criar caminhos de diálogo, cooperação e articulação, uma confluência de esforços das Igrejas locais, Congregações religiosas, Instituições eclesiais e do laicato, e organizações afins, com voz profética e ao serviço da vida, da criação, dos pobres, e do bem comum. A Repam quer acolher e envolver em rede as muitas organizações, entidades, pessoas, grupos, que demonstram solidariedade e interesse pela defesa e pelo cuidado da Amazônia.
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