segunda-feira, 11 de abril de 2016

Cardozo finaliza defesa lembrando golpe militar


Uma presidente não pode ser afastada por uma questão contábil
Uma presidente não pode ser afastada por uma questão contábil
Um bate-boca entre deputados interrompeu, por volta das 12h20 desta segunda-feira (11) a fala do advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, na Comissão Especial de Impeachment da Câmara. O ministro já havia sido interrompido um pouco mais cedo. 
Parlamentares da oposição gritaram palavras contra a presidente Dilma Rousseff e o governo. Membros da base aliada responderam gritando "não vai ter golpe".
"É natural o debate acalorado, mas não é normal o desrespeito à fala do advogado-geral da União", disse o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da Comissão, pedindo silêncio aos presentes.
Rosso também negou pedido de membros da oposição para que o relator Jovair Arantes, citado por Cardozo, voltasse a falar. "Não haverá tréplica do relator", confirmou o presidente do colegiado.
Ao retomar seu discurso, Cardozo disse que, em caso de dúvidas, "deve-se investigar, e não abrir um processo que pode levar ao afastamento da presidente Dilma". "O que querem é o impeachment. Pouco importa se estão rasgando a Constituição", afirmou.
"Defendo que o relatório não expressa condições de aceitabilidade contra a presidente legitimamente eleita. Defendo que o processo foi instaurado por desvio de poder por meio de mão invisível ou talvez visível, que faz com que processos andem rápido e outros não", afirmou. "Defendo que num país marcado pela corrupção, uma presidente não pode ser afastada por uma questão contábil que era aceita pelos tribunais".
"Defendo a nulidade do processo", finalizou Cardozo. O advogado-geral da União chamou a situação atual de "golpe de abril de 2016". Antes de deixar a mesa diretora do colegiado, o ministro citou a ditadura militar e falou que nunca pensou que a democracia seria violada novamente no País. 
Após o final da defesa do advogado-geral, os parlamentares voltaram a usar palavras de ordem. Os deputados da oposição iniciaram um coro gritando "impeachment" e os da base do governo voltaram a gritar "não vai ter golpe".
As discussões seguem na comissão, com deputados esclarecendo dúvidas sobre as regras da sessão e a votação do parecer. Rogério Rosso afirmou que não irá interromper a sessão para almoço.
Agência Estado

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