sexta-feira, 1 de abril de 2016

Fátima: Peregrinar é experiência «que enrijece muito» principalmente «o coração»

Créditos: Carlos Tiago
Agência Ecclesia 01 de Abril de 2016, às 11:40        Créditos: Carlos Tiago

D. Manuel Clemente foi companheiro-surpresa na caminhada de alunos e professores da Escola Secundária de Peniche à Cova da Iria

Fátima, Santarém, 01 abr 2016 (Ecclesia) – Mais de 100 alunos e professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) da Escola Secundária de Peniche peregrinaram quarta e quinta-feira a pé ao Santuário de Fátima, acompanhados nos últimos quilómetros pelo cardeal-patriarca de Lisboa.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente destacou uma experiência que “abre o espirito, abre a esperança" e “que enrijece muito”, principalmente “o coração”.

“Foi uma tirada de 60 quilómetros, é sempre um caminho por fora, com certeza, com as pernas, mas sobretudo por dentro, no espírito (...) andar para a frente apesar da chuva e do frio e andar com vontade e com gosto e puxando uns pelos outros, acaba por ser marcante, não é superficial”, salientou o responsável católico.

A participação nesta iniciativa do também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa foi uma surpresa para os mais novos.

Apesar de já não fazer uma peregrinação completa há alguns anos, sempre que pode o cardeal-patriarca marca presença junto dos grupos da diocese de Lisboa que caminham até Fátima, para os encorajar e apoiar.

“Ir ao encontro deles e caminhar um bocadinho, isso acontece frequentemente e pena tenho eu de não ter tempo de fazer mais”, complementa.

No caso da Escola Secundária de Peniche, esta ida a pé à Cova da Iria e ao santuário mariano tem já uma história com mais de 30 anos, iniciada em 1985.

A professora Ana Cristina Marques começou nesta aventura ainda era aluna.

“O grande objetivo foi responder ao apelo do Papa da altura (nr. João Paulo II), rezar pela paz no mundo e depois pela nossa escola e pelas intenções pessoais de cada um. Pensávamos que seria realizada só num ano e acabou por pegar, todos os anos é assim”, realça a docente.

Esta sexta-feira, o programa da peregrinação prossegue com uma celebração eucaristia, uma visita ao Centro João Paulo II, instituição que acolhe e cuida de pessoas com deficiência profunda, e uma noite de partilha e testemunho.

“Todos estes momentos são ocasiões de encontro forte, de sentido de grupo, deles estarem em comunhão uns com os outros e de dar sentido à vida”, sustenta Ana Cristina Marques.

Mariana Gomes, do 10.º ano, fez-se à estrada até ao Santuário de Fátima pela primeira vez, para “fortalecer a fé” e rezar “por todos aqueles que sofrem”.

Apesar da chuva e do frio que marcaram grande parte do percurso, a aluna considera que só pelo convívio e pela entreajuda já valeu a pena.

“Cada pessoa tem uma experiência diferente e mesmo que ninguém se conheça podemos dar um bocadinho de nós uns aos outros”, aponta a estudante.

Uma das particularidades da peregrinação desta escola de Peniche é o facto de a preparação do evento, ano após ano, contar também com a colaboração de antigos alunos e professores.

Rúben Nunes, que já entrou na sua última etapa como aluno do secundário, diz estar pronto para continuar com a tradição.

“Claro que sim, é uma coisa que ficou marcada na minha vida e vai sempre fazer parte dela”, salienta o jovem.

A simbolizar a força e união que marca a caminhada, os últimos metros foram feitos em cordão humano a toda a extensão do Santuário, desde a Basílica da Santíssima Trindade até à Capelinha das Aparições.

 CB/JCP

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